Grupo Indígena defende agroflorestas no Sul do Amazonas

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Brigada Indígena de Incêndio é Formada para Proteger Território no Amazonas

Brigadistas indígenas em ação durante combate a incêndios
Foto: Brigada Indígena Apurinã

“Devemos cuidar de nosso território. Se não protegermos o que é nosso, em breve estaremos vivendo em um ambiente semelhante ao das cidades, onde a única coisa que respiramos é fumaça”, expressou Raimundinha Rodrigues de Souza, líder da nova Brigada Indígena de Incêndio da Terra Indígena Caititu.

A cidade de Lábrea, situada no sul do Amazonas, nas proximidades da Terra Indígena Caititu, que abriga o povo Apurinã, ocupa a terceira posição no ranking dos municípios com mais incêndios em 2024. Dados do INPE indicam que 2.064 alertas de incêndio foram emitidos na localidade até agosto deste ano.

Os efeitos das queimadas são visivelmente impactantes na Terra Indígena Caititu, onde os Apurinã praticam suas atividades tradicionais de cultivo e Sistemas Agroflorestais (SAFs). Atualmente, existem 37 unidades de SAFs, cobrindo 21 aldeias que juntas totalizam 41,6 hectares, onde são cultivados frutos, feijões, tubérculos, entre outros alimentos. Este projeto faz parte da iniciativa Raízes do Purus, realizada pela Operação Amazônia Nativa (OPAN) e financiada pela Petrobras e pelo Governo Federal.

Agrofloresta na região amazônica
Agrofloresta na região amazônica. Foto: Fernando Sant’Ana | IHS

Esses SAFs são cruciais para garantir a segurança alimentar e a geração de renda do povo Apurinã, mas já sofreram grandes perdas nos últimos anos devido a incêndios ilegais na região, que muitas vezes se estenderam até o território do povo Apurinã durante as secas.

“Perdi meu SAF devido a um incêndio, e outras aldeias também foram afetadas. Por isso, decidimos, em parceria com a OPAN e o projeto Raízes do Purus, criar um curso para capacitar os indígenas como brigadistas”, relatou Tata Apurinã, tesoureiro da Associação de Produtores Indígenas da Terra Indígena Caititu (APITC) e um dos pioneiros na implementação de agroflorestas na região Apurinã.

Formação da Brigada Indígena da TI Caititu

A fundação da Brigada da Terra Indígena Caititu teve início em 2022, quando Francisco Padilha, um indígena do povo Apurinã com experiência em combate a incêndios, ofereceu um treinamento básico a um pequeno grupo de pessoas. “Começamos com sete indivíduos que realizaram um bom trabalho, e agora contamos com 23 brigadistas atuando em nosso território”, contou Tata Apurinã. No mesmo ano, a comunidade adquiriu equipamentos essenciais, como abafadores, bombas costais, rádios comunicadores e equipamentos de proteção individual.

No ano seguinte, uma articulação conduzida pela APITC e pela OPAN resultou em uma solicitação ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por meio do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), para a realização de um curso técnico avançado visando aprimorar e formalizar a Brigada Indígena de Incêndio da Terra Indígena Caititu. O curso foi finalmente realizado em 2024, capacitando os 23 indígenas que já atuam voluntariamente no combate aos focos de incêndio.

Brigada indígena Amazônia durante o combate ao fogo
Foto: Brigada Indígena Apurinã

De acordo com Tata Apurinã, apesar do aumento dos incêndios ilegais ao redor da Terra Indígena Caititu, os cultivos não foram danificados, graças ao empenho da Brigada. “Dependemos da nossa floresta saudável e dos nossos cultivos, e não deixaremos que nada prejudique essa situação. Este trabalho da Brigada é essencial para o nosso território. Neste ano, quase nada perdemos; ao contrário, conseguimos progredir!”, afirmou.

A rotina no combate aos incêndios

Atualmente, a Brigada Indígena de Incêndio da TI Caititu consiste em 23 indivíduos, incluindo 19 brigadistas, três chefes de esquadrão e uma líder geral. Para otimizar o atendimento às ocorrências, os integrantes da brigada são organizados em três grupos conhecidos como esquadrões. “Como operamos com três esquadrões, diariamente a coordenadora geral designa um esquadrão para patrulhar a área, especialmente para monitorar os limites da terra indígena”, explicou Tata.

Brigada indígena em ação no combate a incêndios
Brigada Indígena em ação no combate ao fogo. Foto: Brigada Indígena Apurinã

Os brigadistas realizam atividades de emergência e também conduzem queimas controladas em pequenas áreas destinadas ao cultivo. Entre os dias 24 de julho e 27 de agosto, o grupo registrou 22 ações, evidenciando a intensidade do trabalho. “Fomos surpreendidos por focos de fumaça que surgiam inesperadamente, obrigando-nos a deixar tudo para combater o incêndio rapidamente”, relata a líder da brigada.

Raimundinha menciona que há dias em que o trabalho dos brigadistas se estende durante todo o dia e parte da noite. Devido à alta carga de trabalho, alguns integrantes já consideraram desistir, mas Raimundinha sempre os motiva, ressaltando a importância do seu papel na proteção da terra.

“Hoje, a brigada é essencial não só para proteger a terra, mas também os SAFs e a comunidade. O povo indígena depende do que cultiva. Se um incêndio devastar todos os SAFs que plantamos para nossa subsistência, qual será o futuro desses indígenas?”, reflete a líder da brigada.

Fonte: Guia Região dos Lagos

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