Responsabilidade política de Bolsonaro pelos atos em Brasília é inegável, afirma Gilmar Mendes
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, afirmou em entrevista à agência de notícias que a responsabilidade política do ex-presidente Jair Bolsonaro pelos atos ocorridos em Brasília é inegável.
Segundo o ministro, até mesmo os militares não intervieram na situação devido a algum estímulo vindo da Presidência da República.
“A responsabilidade política [de Bolsonaro] é inequívoca. Eu acredito que até mesmo os militares não retiraram esses invasores, esses manifestantes, por conta de algum estímulo que havia por parte da Presidência da República”, disse o ministro da Suprema Corte.
A responsabilidade de Bolsonaro pelos atos ocorridos em Brasília está sendo avaliada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A PGR analisa se o ex-presidente instigou seus apoiadores contra as instituições e incentivou a não aceitação dos resultados eleitorais.
Caso seja denunciado, mesmo não ocupando mais o cargo de presidente, Bolsonaro será julgado pelo STF, pois o tribunal mantém sob sua jurisdição todas as investigações e ações relacionadas aos protestos ocorridos na Praça dos Três Poderes.
Gilmar Mendes também destacou que os ataques frequentes dos bolsonaristas às urnas eletrônicas eram uma estratégia para questionar o resultado das eleições em caso de derrota.
“O que estava em jogo não era a dúvida que tivessem em relação à urna eletrônica, era a busca de um pretexto para o caso de um resultado desfavorável. Isso ficou muito evidente quando Bolsonaro, depois do segundo turno, impugna o resultado das eleições só em relação às eleições presidenciais e só aonde ele tinha perdido”, afirmou Gilmar Mendes.
Lula acusa Bolsonaro de planejar ataques de 8 de janeiro
O ex-presidente Lula acusou, sem apresentar provas, Jair Bolsonaro de ter “planejado” os ataques ocorridos em 8 de janeiro em Brasília. Lula disse que Bolsonaro não aceitou a vitória nas eleições e tentou desmoralizar a Justiça Eleitoral e as demais instituições. Segundo Lula, Bolsonaro saiu do país covardemente e deixou seus mandantes para cumprir o feito.
“Eu acredito que tem um responsável direto, que planejou tudo isso, e que covardemente se escondeu e saiu do Brasil com antecedência, que foi o ex-presidente da República. É sabido que ele não aceitou a nossa vitória; é sabido que ele tentou desmoralizar o tempo inteiro a Justiça Eleitoral; é sabido que ele tentou desmoralizar todas as instituições possíveis”, afirmou o petista.
“Ele planejou isso. Covardemente não teve coragem de assumir. Ele saiu e deixou os mandantes dele para cumprir o feito. Ainda estamos apurando [o que aconteceu]. Temos que apurar quem financiou isso, quem garantiu os acampamentos. Nós não temos pressa. O que nós queremos é que seja feita justiça de fato e de direito para que nunca mais alguém ouse dar o golpe no processo democrático”, declarou o presidente Lula.
Avaliação da notícia
Conclusão
Gilmar Mendes, ministro do STF, afirmou que Jair Bolsonaro possui responsabilidade política pelos atos ocorridos em Brasília. A PGR está avaliando a conduta de Bolsonaro, que poderá ser denunciado e julgado pelo STF. Lula acusou Bolsonaro de planejar os ataques ocorridos em 8 de janeiro, porém, sem apresentar provas concretas. A investigação sobre os acontecimentos continua, buscando identificar os financiadores e os responsáveis pelos acampamentos. A busca por justiça nessas situações é crucial para a preservação do processo democrático.