A startup Humane passou por uma experiência frustrante ao desenvolver um dispositivo que tinha como objetivo substituir os smartphones. Após investir cinco anos e angariar US$ 240 milhões em investimentos, a empresa enfrentou críticas negativas e devoluções em massa do produto.
O dispositivo em questão é o AI Pin, um broche inteligente e inédito no mercado de wearables. A proposta era que o usuário pudesse fazer ligações, interagir com um assistente de voz, utilizar uma câmera e até mesmo projetar uma tela, tudo isso por meio desse pequeno broche posicionado na altura do peito.
No entanto, mesmo com o apoio de nomes de peso como Sam Altman da OpenAI e Marc Benioff da Salesforce, e um grande esforço de marketing, o AI Pin não atingiu o sucesso esperado. Antes mesmo do lançamento, os testes com funcionários e familiares apontavam para falhas no dispositivo.
Após a estreia, as críticas da imprensa americana foram severas, apontando várias falhas e afirmando que o AI Pin simplesmente não funcionava. O influenciador Marques Brownlee chegou a classificar o produto como o pior que já avaliou.
Ainda na fase inicial, a Humane enfrentou dificuldades nas vendas. De acordo com informações obtidas pelo site The Verge, mais AI Pins foram devolvidos do que comprados entre maio e agosto. Cerca de 1.000 compras foram canceladas antes do envio e mais de US$ 1 milhão em produtos foram perdidos.
Um fato preocupante é que a empresa não conseguiu reconfigurar o AI Pin para um novo dono, tornando-o lixo eletrônico. Apesar de a Humane não confirmar esses números, o The Verge afirma ter conversado com pessoas de dentro da empresa que relataram a situação.
A expectativa inicial da Humane era vender 100 mil broches no primeiro ano, mas após quatro meses, eles não conseguiram alcançar nem 20% dessa meta. Além das devoluções, a empresa enfrentou uma campanha negativa de críticas tanto da imprensa quanto de usuários.
Apesar desses resultados frustrantes, os cofundadores da Humane, Imran Chaudhri e Bethany Bongiorno, ainda não desistiram do projeto. Bongiorno chegou a postar em seu Twitter que o AI Pin era apenas o começo e que nenhuma geração 1 é perfeita.
No entanto, a empresa já estaria em conversas sobre uma possível aquisição pela HP, gigante do mercado de impressoras. De acordo com a Bloomberg, a Humane está explorando a possibilidade de venda, e o The Information relatou que a empresa está negociando com seus investidores para levantar dívida, que poderia ser convertida em capital.
Desde o início, o AI Pin enfrentou indícios de que não seria bem recebido pelo público. Com um preço alto de US$ 699 e uma assinatura mensal de US$ 24, ele competia diretamente com os smartphones, além de trazer funcionalidades que já estão disponíveis em outras tecnologias. As falhas apresentadas no lançamento apenas pioraram a situação.
Aguardemos os próximos capítulos para ver qual será o desfecho dessa história. Por enquanto, tudo indica que a Humane não obteve sucesso com o AI Pin.