Diminuição de quase metade no desmatamento da Amazônia, porém aumento no Cerrado.

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Desmatamento na Amazônia cai quase 50%, mas aumenta no Cerrado

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) indicam uma redução significativa do desmatamento na Amazônia em 2023. De acordo com o sistema Deter-B, foram registrados 5.153 km² de alertas de desmatamento, o que representa uma queda de 49,86% em relação ao ano anterior, que teve um total de 10.278 km² de desmatamento. Além disso, houve uma diminuição de 14,25% nos focos de calor na região, mesmo com as condições climáticas extremas causadas pelo El Niño.

Os estados que apresentaram as maiores áreas de alertas foram o Pará, com 1.904 km², seguido por Mato Grosso, com 1.408 km², e Amazonas, com 895 km². Esses três estados têm se mantido nos primeiros lugares do ranking de desmatamento nos últimos anos. Quanto aos municípios mais afetados, Altamira, no Pará, lidera a lista, com 234,49 km² de desmatamento, seguido por Apuí, no Amazonas, com 208,90 km², e Feliz Natal, em Mato Grosso, com 183,46 km².

Outro dado importante é a redução dos alertas de desmatamento em Unidades de Conservação (UCs) e Terras Indígenas na Região Norte do país. Dentro das TIs, foram registrados 99,24 km² de desmatamento, uma diminuição de 48,19% em relação a 2022. Já dentro das UCs, o desmatamento foi de 341,66 km², uma redução de 67,37%. No entanto, é fundamental ressaltar que essas áreas não permitem a retirada da vegetação nativa, mesmo com a diminuição dos alertas.

Ana Clis Ferreira, porta-voz do Greenpeace Brasil, destaca que a redução do desmatamento na Amazônia está relacionada à atuação dos órgãos de controle e fiscalização, como o Ibama. Segundo ela, esses órgãos tiveram mais autonomia para fiscalizar e multar os responsáveis pelo desmatamento e pelos incêndios florestais. Essas ações contribuíram diretamente para a diminuição do desmatamento e dos focos de calor na região.

Apesar da queda no desmatamento na Amazônia, o Cerrado teve um aumento preocupante. Em 2023, foram desmatados 7.852 km² de vegetação nativa, um aumento de 43,73% em comparação ao ano anterior. Pela primeira vez em anos, a área desmatada no Cerrado superou a área desmatada na Amazônia.

Para reverter esse cenário e trabalhar rumo ao desmatamento zero, é necessário uma ação coordenada entre o governo federal e os governos estaduais, além da valorização dos órgãos e das pessoas que atuam diretamente no campo. A ecóloga Ima Vieira, da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil), ressalta que apesar da queda no desmatamento da Amazônia, os números ainda são altos e é preciso considerar a conexão entre as mudanças climáticas, o desmatamento e as queimadas.

A redução do desmatamento na Amazônia é um avanço significativo, mas ainda é necessário adotar medidas mais efetivas para proteger a maior floresta tropical do mundo. A criação de políticas públicas que incentivem a preservação ambiental, o fortalecimento dos órgãos de fiscalização e a conscientização da população são fundamentais para garantir a sobrevivência da Amazônia e do Cerrado, dois biomas essenciais para a biodiversidade e o equilíbrio do planeta.

Fonte: Guia Região dos Lagos

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