Dezembro Laranja: como evitar e reconhecer o câncer de pele?

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O Verão e o Cuidado com a Pele: Alerta para o Câncer de Pele

Pessoa aplicando protetor solar
Foto: iStock

Com a chegada do verão, muitos brasileiros se preparam para aproveitar os dias ensolarados. No entanto, essa temporada gloriosa traz consigo a necessidade de cuidados especiais com a pele. A radiação solar não é apenas uma fonte de prazer, mas também pode ser responsável por danos severos, como o envelhecimento precoce e até mesmo queimaduras na pele. Além disso, o sol é um dos principais fatores de risco para o câncer de pele.

A relação entre os raios solares e o câncer de pele, especialmente o não melanoma, é bastante forte. O dermatologista Dário Rosa destaca que a exposição ao sol por longos períodos coloca em risco pessoas, especialmente aquelas com pele, cabelos e olhos claros. Este grupo é particularmente vulnerável.

Dentre os principais fatores que aumentam o risco de câncer de pele estão a exposição repetida e prolongada ao sol, especialmente durante a infância e adolescência, histórico familiar da doença, bem como aquelas com características físicas como pele clara, cabelos loiros ou ruivos e olhos claros.

Mulher na praia tomando sol
Foto: Pixabay

Compreendendo os Tipos de Câncer de Pele

O câncer de pele é um desafio sério no Brasil, com diversos tipos a serem considerados. Os três mais prevalentes são o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma. Este último é notavelmente o mais grave pois apresenta um alto risco de metástase, podendo levar a óbito, conforme explica Dr. Fernando Amato, cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Os tipos mais comuns de câncer de pele no Brasil incluem:

  • Carcinoma basocelular: Representa cerca de 80% dos casos diagnosticados. Embora possa ser agressivo localmente, normalmente evolui em um ritmo mais lento e pode se manifestar como uma pinta, mancha ou nódulo na pele.
  • Carcinoma espinocelular: Este tipo pode surgir na camada mais externa da pele, além de ocorrer em mucosas e áreas com cicatrizações prolongadas. É mais frequente nas regiões expostas ao sol, como rosto, orelhas e pescoço, podendo, em alguns casos, necessitar de radioterapia como parte do tratamento.
  • Melanoma: Embora represente apenas 3% dos casos de câncer de pele no Brasil, é o mais agressivo e, se não tratado adequadamente, pode ser fatal. O prognóstico é favorável se diagnosticado precocemente, e a introdução de novos tratamentos tem contribuído para aumentar a taxa de sobrevida desses pacientes nos últimos anos.

Medidas de Prevenção do Câncer de Pele

Criança na praia com protetor solar
A proteção adequada contra a radiação solar deve ser uma prioridade na infância. Foto: Pixabay

Havendo algumas práticas simples, é possível diminuir o risco de desenvolver câncer de pele. É fundamental evitar a exposição solar entre as 10h e 16h, utilizar filtro solar de forma adequada e investir em medidas de proteção física como roupas e chapéus. As recomendações incluem:

  • Prevenir queimaduras durante a infância: A ocorrência de queimaduras solares severas, especialmente aquelas que geram bolhas, é um importante fator de risco para o desenvolvimento de melanoma. Portanto, a proteção solar das crianças é essencial. O dermatologista Dário Rosa ressalta que a exposição acumulativa aos raios solares durante os 10 a 20 primeiros anos de vida pode aumentar significativamente os riscos de câncer de pele na idade adulta.
  • Aplicar filtro solar diariamente: É importante usar protetor mesmo em dias nublados, reaplicando a cada duas ou três horas, e sempre que houver suor excessivo ou após entrar na água.
  • Usar filtro solar mesmo sob guarda-sóis: O uso deste item é crítico, pois somente um guarda-sol não é suficiente para proteger a pele contra os danos causados pelos raios solares.
  • Não esquecer áreas escondidas: Aplique protetor solar em áreas menos visíveis, como axilas, pescoço, orelhas, região inguinal, cotovelos e pés.
  • Acompanhamento médico: Indivíduos com dois ou mais casos de melanoma na família devem programar consultas regulares com um dermatologista.

Diagnóstico Precoce e Tratamento

Identificar o câncer de pele em suas fases iniciais é crucial para garantir um tratamento eficaz. O Dr. Amato sugere que os pacientes adotem o método conhecido como ABCDE ao observar lesões ou pintas na pele:

  • A – Assimetria: Quando uma parte da mancha é diferente da outra.
  • B – Borda: Presença de irregularidades no contorno.
  • C – Cor: Aparição de diferentes cores na mesma pinta ou lesão.
  • D – Diâmetro: Lesões com diâmetro maior que 6 milímetros.
  • E – Evolução: Notar se a mancha cresce ou muda de formato ou cor.

Feridas que não cicatrizam após três semanas ou que sangram com facilidade também devem ser examinadas por um profissional.

Pessoas usando protetor solar na praia
A atenção aos sinais da pele e consultas regulares com dermatologistas são essenciais para a prevenção e tratamento do câncer. Foto: Pixabay

O contato inicial é geralmente feito pelo dermatologista, que pode suspeitar da condição por meio de dermatoscopia, um exame que utiliza uma lente de aumento. A confirmação do diagnóstico exige um estudo anatomopatológico. Dependendo da localização da lesão, o paciente pode ser direcionado a um cirurgião plástico, que realizará a remoção e, se necessário, a reconstrução da área afetada.

A cirurgia para tratamento do câncer de pele pode variar de remoções simples de sinais a reconstruções mais complexas de partes do corpo. Somente profissionais especializados estão capacitados para analisar e recomendar a estratégia mais adequada para cada caso.

Acompanhamento Após o Tratamento

Depois de um diagnóstico de melanoma, o paciente deve realizar um acompanhamento rigoroso, já que a reincidência da doença é uma possibilidade real. Este acompanhamento deve ser feito por uma equipe multiprofissional, incluindo dermatologistas, cirurgiões plásticos e oncologistas, nos primeiros cinco anos após o diagnóstico. O paciente pode contribuir para a detecção de novos casos por meio do autoexame, observando qualquer nova lesão suspeita ou alterações significativas nas cicatrizações e aumento de linfonodos na região.

Pessoas se prevenindo do câncer de pele
Foto: Pixabay

Por isso, a conscientização sobre os cuidados com a pele e a importância de realizar exames regulares para o monitoramento e prevenção do câncer de pele são fundamentais, especialmente nesta época do ano em que a exposição ao sol é mais intensa.

Fonte: Guia Região dos Lagos

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