O desmatamento nas áreas protegidas da Amazônia apresentou o menor índice dos últimos nove anos, de acordo com o monitoramento feito pelo Imazon por meio de imagens de satélite. Em 2023, a devastação dentro de terras indígenas e unidades de conservação foi de 386 km², uma diminuição de 73% em relação ao ano anterior, quando foram registrados 1.431 km² de desmatamento.
Essa queda no desmatamento também contribuiu para a redução geral na derrubada de florestas na região. Em 2023, foram desmatados 4.030 km², uma queda de 62% em relação a 2022. Essa é a menor área desmatada em cinco anos, desde 2018.
Apesar dos números positivos, é importante ressaltar que o desmatamento ainda representa a derrubada de aproximadamente 1,1 mil campos de futebol por dia. Além disso, a degradação, causada principalmente pelas queimadas, teve um aumento preocupante em dezembro de 2023, com 1.050 km² de floresta degradada, quase 10 vezes mais do que a área desmatada no mesmo período.
A redução expressiva do desmatamento nas áreas protegidas é uma notícia positiva, pois essas terras necessitam de prioridade nas ações de combate à derrubada. A maioria dos desmatamentos nessas áreas ocorre de forma ilegal, o que acaba gerando conflitos com os povos indígenas e comunidades tradicionais que habitam nesses territórios.
No entanto, alguns territórios protegidos apresentaram aumento na destruição, sendo necessárias ações urgentes em 2024. Um exemplo é a terra indígena Igarapé Lage, em Rondônia, que teve um aumento de 300% no desmatamento em 2023, passando de 2 km² para 8 km². Outras duas terras indígenas localizadas na divisa entre Amazonas e Roraima também registraram aumentos expressivos na derrubada.
Em relação às unidades de conservação, o desmatamento teve uma queda de 77% em 2023, passando de 1.214 km² para 282 km². Esse é o menor índice de desmatamento registrado nessas áreas nos últimos nove anos.
Entre os estados da Amazônia Legal, Pará, Amazonas e Mato Grosso são os que mais desmatam, sendo responsáveis por 1.228 km², 877 km² e 864 km² de desmatamento, respectivamente.
Apesar dos avanços na redução do desmatamento, é importante manter os esforços na preservação da Amazônia, uma vez que ela é fundamental para o equilíbrio climático do planeta. Ações de combate à derrubada ilegal, incentivo a práticas sustentáveis e investimento em políticas de preservação são essenciais para garantir a proteção da maior floresta tropical do mundo.