O período de férias de julho em Cabo Frio chegou ao fim, e, segundo a prefeitura, a expectativa de receber cerca de 200 mil visitantes não foi alcançada. No entanto, empresários do ramo turístico acreditam que o número esteja abaixo da realidade, especialmente quando se trata da ocupação hoteleira.
De acordo com Adonay de Nazareth Silva, representante da Associação dos Imóveis Legais de Hospedagem e Alojamento (AILHA), o número de visitantes foi apenas 30% do esperado. Ele afirma que o movimento está mais fraco do que o normal nessas férias de julho.
Entre os motivos apontados por Adonay para a baixa movimentação turística estão a falta de infraestrutura na cidade, a falta de eventos e a falta de comunicação sobre os eventos que acontecem. Ele também destaca que cerca de 90% do turismo rodoviário em Cabo Frio é composto por turistas mineiros, que têm procurado outros destinos.
Apesar do número abaixo do esperado e das expectativas frustradas, Adonay afirma que os empresários já esperavam por isso, devido às dificuldades enfrentadas pelo turismo na cidade, especialmente em relação à organização e ao impacto negativo da pandemia, que afetaram principalmente o estado de Minas Gerais.
Radamés Muniz, vice-presidente da Associação de Hotéis de Cabo Frio (AHCF), também confirma a baixa movimentação turística, com uma ocupação hoteleira média de apenas 50% durante a quinzena de julho, contrariando a expectativa da prefeitura de chegar a 75%. Ele aponta como possíveis motivos para essa queda a concorrência de casas de aluguel e do Airbnb, além da falta de um calendário de eventos e da falta de organização na Praia do Forte. Radamés ressalta ainda que a ausência de queima de fogos durante o período também pode ter influenciado negativamente.
No entanto, há exceções entre os empresários do ramo turístico. Márcio Cravo, administrador do Pier Beach Club, conseguiu registrar uma taxa de ocupação de 89% implementando métodos e estratégias para atrair mais turistas e melhorar os serviços oferecidos.
Diante dos relatos dos empresários, fica evidente a preocupação com a situação do turismo em Cabo Frio. Rafael Soares, proprietário do Restaurante Village, relata que o movimento está muito fraco e que houve uma queda de 60% em comparação ao ano anterior. Carlos Cunha, proprietário do Hotel La Plage, também é enfático ao dizer que o movimento turístico está péssimo, atribuindo isso à falta de atrativos, à má imagem do destino devido a notícias sobre violência e acidentes, e à ausência de um calendário de eventos.
Em contrapartida, é necessário ressaltar que Cabo Frio possui potencial turístico econômico e que é preciso levar o turismo a sério como forma de fomentar o progresso na cidade. Segundo Radamés Muniz, é importante que Cabo Frio queira mudar esse cenário e investir no turismo para atrair mais visitantes.
Procurada pelo RC24h para comentar sobre a ocupação hoteleira e as medidas para solucionar os problemas apontados pelos empresários, a prefeitura de Cabo Frio não retornou até o momento.
Em resumo, as férias de julho em Cabo Frio não atingiram as expectativas de visitantes e ocupação hoteleira. Diversos empresários do ramo turístico relatam uma movimentação abaixo do esperado, apontando problemas como a falta de infraestrutura, eventos e comunicação, além da concorrência de casas de aluguel e da ausência de um calendário de eventos. No entanto, é necessário investir no turismo como forma de impulsionar a economia da cidade.
