Coleta de nuvens garante água para reflorestamento

captura de água da neblina para reflorestamento

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Inovadora Técnica de Captura de Água da Neblina Promove Reflorestamento

captura de água da neblina para reflorestamento
Fotos: István Kopeczny por Pixabay e Life Niebla

Com o intuito de restaurar áreas que sofreram danos ambientais, uma equipe de pesquisadores encontrou na natureza uma alternativa para a captação de água destinada a mudas de árvores em zonas áridas, geralmente afetadas pelo desmatamento e incêndios florestais. Essa técnica inovadora, nomeada “ordenha de nuvens”, extrai água da neblina, funcionando sem necessidade de energia, contribuindo assim para o sucesso de diversas iniciativas de reflorestamento.

O projeto deu início em um experimento nas Ilhas Canárias, onde cientistas passaram a explorar a umidade atmosférica em ações voltadas para o reflorestamento. Inspirando-se nos mecanismos naturais, a equipe conseguiu condensar e capturar a água, utilizando-a para irrigar mudas que, sem essa assistência, teriam dificuldade de sobrevivência.

neblina água floresta
Foto: Life Nieblas

Gustavo Viera, diretor técnico do projeto Life Nieblas, financiado por recursos públicos nas Canárias, explica que “nos últimos anos, a região enfrentou um grave processo de desertificação e a floresta foi amplamente substituída por áreas agrícolas. Em decorrência das mudanças climáticas, em 2007 e 2009, grandes incêndios devastaram florestas que prezavam pela umidade”.

Em resposta aos torno de desastres ambientais, o foco da equipe passou a ser o transporte de água para regiões montanhosas isoladas, evitando a construção de infraestruturas complexas ou o consumo de combustíveis fósseis para a extração de água subterrânea a partir de poços profundos.

reflorestamento água
Foto: Life Nieblas

A iniciativa do Life Nieblas começou com a recriação do processo pelo qual as folhas de loureiros locais capturam gotículas de água da neblina, implementando folhas de malha plástica posicionadas estrategicamente no fluxo do vento. Este método permite que as gotas de água se acumulem e sejam direcionadas para recipientes que irrigam as mudas até que estas se tornem autossuficientes na coleta de água.

captura água da neblina
Foto: Life Nieblas

Entretanto, a intensidade do vento, embora crucial para o sistema inicial, se tornou um desafio, uma vez que danifica todas as estruturas, exceto as menores. Para contornar essa situação, os pesquisadores desenvolveram um modelo mais resistente que imita as agulhas do pinheiro. Essas agulhas são altamente eficazes na captura de água, permitindo a passagem do ar.

Com os novos modelos, a água se condensa nas finas superfícies metálicas dos dispositivos, replicando assim o processo natural pelo qual as coníferas coletam a umidade do ambiente. Este sistema opera de forma automática e sem depender de nenhum tipo de energia, evitando emissões de CO₂ e a utilização de maquinário para transporte. Além disso, reduz a pegada hídrica, já que não há exploração de aquíferos ou rios e apenas é necessária energia para a construção e instalação dos coletores.

Sistema Sustentável e Replicável

A tecnologia desenvolvida para as Ilhas Canárias apresenta um alto potencial de replicabilidade, sendo facilmente transportada para diferentes locais que necessitem de soluções de abastecimento hídrico. O sucesso desse projeto experimental está incentivando diversos outros países a adotar essa técnica para garantir água tanto potável quanto para irrigação em projetos agrícolas e de reflorestamento.

captura de água de chuva
Foto: Life Nieblas

Uma aplicação similar está sendo utilizada para reabilitar uma pedreira abandonada em Garraf, ao sul de Barcelona. Vicenç Carabassa, cientista-chefe do projeto ligado ao Centro de Pesquisa Ecológica e Aplicações Florestais (CREAF), explica: “Estamos utilizando coletores de água individuais para evitar que herbívoros consumam as mudas, esses dispositivos coletam a chuva e o orvalho durante as noites de verão e também oferecem sombra necessária para as plantas”.

água para reflorestamento
Foto: Life Nieblas

Carabassa ressalta que nem toda neblina é adequada para o processo, sendo que a neblina orográfica, típica de regiões montanhosas, se apresenta mais fértil em umidade. Regiões ao longo do Mediterrâneo e no norte de Portugal oferecem condições propícias para esse tipo de técnica de captura de água.

“As Ilhas Canárias são um ambiente ideal para o desenvolvimento dessas técnicas, mas há outras áreas com características semelhantes onde a captura de água da neblina pode se tornar uma alternativa viável, como o Chile e Marrocos”, conclui Carabassa.

A adoção desse método já está se concretizando em diversas localidades, como a vila costeira chilena de Chungungo, na província de Coquimbo, onde a técnica assegura água potável e para irrigação. Já no arquipélago de Cabo Verde, a combinação dos coletores Life Nieblas e estruturas de madeira locais geram até 1.000 litros de água diariamente, atendendo tanto plantações quanto o gado.

captura de água da chuva
Foto: Life Nieblas

Toda a informação necessária para a construção dos coletores de névoa está disponível gratuitamente no portal do projeto, e muitas consultas já têm sido realizadas. Para mais informações, acesse o site do projeto: Life Nieblas.

Resultados Promissores

Os resultados já são evidentes. No Barranco del Andén, em Gran Canaria, foram reflorestados 35,8 hectares e plantadas 15.000 árvores de diferentes espécies de loureiro, com uma taxa de sobrevivência de 86%, que supera em muito os resultados do reflorestamento convencional.

“Recuperamos a capacidade da floresta de capturar carbono e estimamos que, atualmente, cerca de 175 toneladas de CO₂ são absorvidas anualmente”, afirma Viera.

plantio de muda reflorestamento
Foto: Life Niebla

O projeto Life Nieblas não apenas reduz o consumo de fósseis e diminui a emissão de CO₂, mas também mostra-se uma alternativa mais econômica e que consome menos água em comparação aos métodos tradicionais de reflorestamento. “Em um momento em que o Mediterrâneo e as Canárias estão vivenciando escassez hídrica, cada gota se torna precious,” finaliza Carabassa, enfatizando a necessidade de adaptação a um novo paradigma de consumo de água.

“Embora essa técnica não substitua uma usina de dessalinização, ela representa uma solução concreta em áreas remotas onde o abastecimento hídrico é desafiador e custoso”, conclui.

Informações coletadas de fontes diversas.

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