A cientista climática Claudia Sheinbaum se tornou a primeira mulher eleita como presidente do México, derrotando a senadora Xóchitl Gálvez com cerca de 60% dos votos. Ela é conhecida como a “Angela Merkel da América Latina” por parte da imprensa internacional. Sheinbaum possui doutorado em engenharia de energia e é doutora em química quântica, seguindo os passos de Merkel, que também tem formação acadêmica. Sua família é de origem judaica e fugiu do nazismo na Bulgária.
Antes de assumir a presidência, Sheinbaum foi prefeita da Cidade do México e ganhou destaque por seu compromisso em ampliar o uso de energias renováveis, buscar soluções para o trânsito e investir em infraestrutura para bicicletas na cidade. Durante seu mandato como prefeita, ela investiu na eletrificação da frota de ônibus municipais e cobriu o mercado de alimentos Central de Abasto com painéis solares.
Como cientista, Sheinbaum passou quatro anos no Laboratório Lawrence Berkeley, na Califórnia, analisando o consumo de energia no México e em outros países industrializados. Ela também foi autora em relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, o IPCC.
Sheinbaum enfrentará desafios em relação ao setor energético no México. O país é o 11º maior produtor de petróleo do mundo, mas também está entre os maiores poluidores climáticos. Além disso, é o único país do G20 sem uma meta de emissões líquidas zero. Desde 2018, o país tem enfrentado retrocessos na transição e financiamento energético.
Durante a campanha, Sheinbaum prometeu acelerar o desenvolvimento de energia renovável, investir na extração de lítio e construir usinas solares no estado de Sonora. No entanto, suas declarações mostram que seu posicionamento não é totalmente diferente do de seu antecessor. Ela sugere impulsionar o investimento privado em energias renováveis e, ao mesmo tempo, investir em centrais elétricas a gás e apoiar a Pemex, empresa estatal de petróleo.
Especialistas apontam a necessidade de investimentos públicos em energias renováveis no México e esperam que Sheinbaum coloque em prática políticas diferentes das de seu antecessor. Além disso, ela também tem a intenção de estabilizar o comércio internacional e fortalecer a regulamentação ambiental do país.
A eleição de Claudia Sheinbaum como presidente do México representa um marco histórico para as mulheres e para a luta contra as mudanças climáticas. Espera-se que ela possa promover políticas e ações para impulsionar a transição energética no país e reduzir suas emissões de gases de efeito estufa.