Casa utiliza construção ecológica para garantir clima agradável

casa taipa

A casa de campo Refúgio do Sol, localizada no município de Barbalha, no Ceará, é um exemplo de bioconstrução que busca proporcionar conforto térmico em uma região marcada pelo intenso calor. Projetada pelo estúdio de arquitetura AzulPitanga, a residência combina técnicas construtivas ancestrais para garantir um ambiente aconchegante e ao mesmo tempo sustentável.

O principal desafio enfrentado foi conciliar a vista privilegiada para a Chapada do Araripe, a oeste, com a proteção necessária contra a intensidade solar característica do sertão do Cariri. Para isso, os arquitetos utilizaram uma combinação de taipa de pilão, pau-a-pique e argamassa armada.

A taipa de pilão foi utilizada na construção de uma parede com 0,40m de espessura, 8,0m de comprimento e 4,8m de altura, na direção norte-sul. Essa parede é responsável por proteger a insolação poente, aproveitando sua alta capacidade de promover inércia térmica.

Já a argamassa armada, técnica também conhecida como ferrocimento, foi utilizada na construção de um bloco hidráulico localizado à esquerda da parede de taipa de pilão. Nesse bloco estão o banheiro social, a área de serviço, o banheiro da suíte e a varanda. Além disso, acima do bloco hidráulico foi instalada uma caixa d’água.

Na face nascente da casa, à direita da parede de taipa de pilão, foi construída uma estrutura leve e simples, com quatro pilares e quatro vigas de madeira, conectando-se à taipa de pilão. Essa estrutura utiliza a técnica de pau-a-pique, que consiste no entrelaçamento de madeiras preenchidas com barro.

Essas técnicas construtivas resgatam tradições populares da região e se mostram eficientes para a bioconstrução. A argamassa armada, por exemplo, é amplamente utilizada no sertão nordestino para a construção de cisternas, enquanto o pau-a-pique é comum nas zonas rurais brasileiras. A taipa de pilão, por sua vez, é conhecida por sua capacidade de proporcionar conforto térmico.

Além das técnicas construtivas, a casa também utiliza elementos naturais em sua arquitetura. O uso de vidros permite a entrada de iluminação natural, enquanto a presença de madeiras, plantas pendentes e janelas garimpadas em antiquários contribui para a criação de um ambiente acolhedor.

A casa Refúgio do Sol foi projetada para proporcionar uma melhor relação entre a presença humana e a natureza. Através das técnicas construtivas escolhidas, a residência busca estabelecer um equilíbrio entre o conforto ambiental e a apreciação dos fenômenos naturais, como o nascer e o pôr do sol.

Além disso, a casa conta com práticas sustentáveis, como a instalação de um círculo de bananeiras e uma bacia de evapotranspiração para o tratamento das águas cinzas. Essas soluções contribuem para a preservação do meio ambiente e para a redução do impacto ambiental da residência.

A construção da casa Refúgio do Sol foi concluída em setembro de 2021, após um ano de trabalho. Com uma área de 62,50m², a residência é um exemplo de como a bioconstrução pode ser uma alternativa sustentável e eficiente para garantir o conforto térmico em regiões de clima quente.

As técnicas construtivas utilizadas, aliadas às práticas sustentáveis adotadas, tornam a casa uma referência em bioconstrução no sertão nordestino. Além de proporcionar conforto térmico, a residência se integra harmoniosamente com a paisagem local, valorizando a cultura e a tradição da região.

Ao utilizar elementos naturais e técnicas construtivas ancestrais, a casa Refúgio do Sol prova que é possível aliar conforto, sustentabilidade e preservação ambiental em uma única construção. O resultado final é uma residência acolhedora, encantadora e harmoniosa com a natureza ao seu redor.

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