Recentemente, uma informação chocante veio à luz durante a detenção do cardiologista Walter Rau da Silva Vieira, que foi preso na manhã da última terça-feira (29) em Arraial do Cabo, mais especificamente no bairro Canaã. O médico foi flagrado em um estado alarmante de abandono e maus-tratos a várias cães e gatos. Segundo os relatos das autoridades que participaram da operação, o profissional de saúde fez uma afirmação perturbadora durante a abordagem, dizendo que se alimentava dos animais e que já havia servido carne deles a amigos.
Uma fonte da investigação comentou que, se essa alegação se confirmar, isso poderá agravar as penalidades que o médico enfrentará em decorrência de suas ações e do que permitiu acontecer em sua vida pessoal. A veracidade dessa afirmação será aprofundada pelas equipes de investigação. O imóvel onde os abusos ocorreram permanece interditado para a realização de perícia técnica. No local, foram encontrados um freezer cheio de animais mortos, incluindo filhotes e cães adultos, acondicionados em sacos plásticos, além de um ambiente repugnante, com fezes espalhadas, restos de comida em estado de decomposição e um odor insuportável de podridão.
Os agentes descreveram o cenário encontrado como “uma cena de horror”, que evidencia a gravidade da situação. Além dos corpos, as equipes de resgate conseguiram salvar sete cães e quatro gatos, que foram urgentemente levados para cuidados veterinários. Em uma das situações alarmantes, alguns gatos foram encontrados trancados no banheiro da suíte principal, cercados por fezes e restos de ração estragada.
A ação policial, que resultou na prisão do médico, foi realizada durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão. Este mandado foi solicitado após uma denúncia anônima recebida pelos canais oficiais da Prefeitura no domingo (27). A operação, denominada Liberandum, foi coordenada pela 132ª Delegacia de Polícia de Arraial do Cabo e contou com a colaboração da Secretaria Municipal de Ambiente e Saneamento (SEMAS), do Grupo de Operações e Ações de Meio Ambiente (GOPAM), da Secretaria de Segurança Pública e do Programa de Orientação e Emergência em Saúde (PROEIS).
Walter Rau da Silva Vieira permanece sob custódia e está à disposição da Justiça. Ele enfrentará acusações iniciais relacionadas a maus-tratos a animais, conforme estipulado pelo §1º-A do artigo 32 da Lei nº 9.605/1998, que poderia resultar em pena de reclusão que varia entre dois a cinco anos, além de multas e a proibição de manter a guarda de animais. A investigação ainda está em andamento, e as autoridades aguardam o laudo pericial completo para determinar a possível prática de canibalismo ou se o médico ofereceu a carne dos animais para consumo de terceiros.
Se as investigações confirmarem essas suspeitas, o médico poderá ser denunciado com base em novos artigos do Código Penal Brasileiro, que podem envolver questões relacionadas à saúde pública. A gravidade da situação é refletida na rapidez com que as autoridades estão lidando com o caso, considerando a potencial implicação de crimes adicionais.
As imagens e os detalhes da operação g até o momento mostram um caso alarmante de maus-tratos a animais, levantando preocupações sobre a proteção dos direitos dos animais e a eficácia das leis existentes que visam a salvaguarda desses seres vulneráveis.
*Imagens: InterTV.