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Capacete inovador para pacientes em quimioterapia
Os tratamentos de quimioterapia normalmente se estendem por várias semanas, mas os efeitos colaterais podem persistir por meses, impactando profundamente a autoestima dos pacientes. A perda de cabelo é um dos mais visíveis e dolorosos efeitos associados à quimioterapia utilizada no combate ao câncer. Motivada pelo difícil percurso enfrentado por sua mãe, uma jovem designer irlandesa decidiu criar um capacete projetado para minimizar essa perda de cabelo.
O tratamento tradicional utiliza técnicas de resfriamento do couro cabeludo para ajudar a prevenir a queda dos fios. Essa abordagem funciona ao contrair os vasos sanguíneos e limitar o fluxo sanguíneo para a região do couro cabeludo. No entanto, essas soluções são, em muitos casos, financeiramente inviáveis para a maioria das pessoas. A designer destaca que existem alternativas manuais, porém, elas costumam ser menos eficazes e não proporcionam resultados duradouros.
Na Irlanda, apenas oito dos 86 hospitais oferecem a possibilidade de resfriamento do couro cabeludo. A designer também levantou questões relacionadas à tecnologia utilizada, que requer energia constante. Ademais, é necessário que os pacientes cheguem ao local de tratamento com antecedência de 30 minutos e permaneçam por 90 minutos após a infusão para o resfriamento pré e pós-couro cabeludo. Embora isso possa parecer um tempo gerenciável, soma-se às horas que os pacientes já precisam passar no ambiente hospitalar para a própria quimioterapia e consultas regulares.
A solução desenvolvida tem como proposta um dispositivo portátil e de baixo custo, que representa apenas 1/20 do valor das máquinas convencionais. O novo capacete pode ser utilizado fora do ambiente hospitalar, reduzindo significativamente o tempo que os pacientes necessitam passar em consultórios e enfermarias.
O dispositivo chamado Athena, que pesa cerca de 3 kg e funciona com baterias, inclui um estojo para transporte e um capacete que se molda a diferentes formatos de cabeça. O funcionamento é baseado em semicondutores termoelétricos de baixo custo, conhecidos como Peltiers, que resfriam um tanque de água, expelindo água fria ao redor da cabeça através do design inteligente do capacete.
Com o uso do Athena, os pacientes têm a liberdade de fazer o resfriamento do couro cabeludo em qualquer lugar, como no conforto de suas casas. O aparelho pode operar em potência máxima por até 3,5 horas, o que permite aos usuários se deslocarem para o hospital e retornarem enquanto mantém o resfriamento e também se movimentarem durante as infusões, como por exemplo, para visitas ao banheiro. O principal objetivo do produto é devolver um senso de controle aos pacientes em um período de suas vidas que frequentemente é marcado pela falta de autonomia. Além disso, a designer buscou fugir das paletas de cores típicas dos ambientes hospitalares, trazendo um design mais acolhedor.
O preço estimado do capacete Athena gira em torno de mil euros, um valor consideravelmente mais acessível do que as opções industriais que custam em média 20 mil euros. Em sua visão de futuro, a designer vê a possibilidade de firmar parcerias com hospitais e instituições de caridade para permitir que o capacete seja disponibilizado por meio de um sistema de aluguel ou empréstimos. Além disso, busca investigar novas tecnologias para métodos alternativos de prevenção da queda de cabelo, além do resfriamento do couro cabeludo.
Graças ao seu projeto inovador, a designer foi agraciada com o Prêmio James Dyson 2024, uma renomada competição de design estudantil que já reconheceu mais de 400 invenções criadas por jovens engenheiros e cientistas mundialmente. O reconhecimento do prêmio representa não apenas uma validação de suas ideias, mas também das vozes e experiências de indivíduos que enfrentaram o câncer.
Para a criadora, a inspiração veio de sua mãe e é uma grande satisfação ver seu projeto alcançar um reconhecimento tão significativo. O prêmio não apenas valida seus esforços, mas também a motiva a explorar novas oportunidades como uma jovem designer e inovadora.
O nome do capacete foi inspirado por Athena, a deusa grega da sabedoria e estratégia. A escolha reflete um simbolismo de resiliência, uma característica frequentemente observada entre aqueles que enfrentam doenças graves como o câncer e se submeteram aos desafios de seus tratamentos.
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