Caixas de papel e sementes podem auxiliar na recuperação do Cerrado

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Inovação no Uso de Cápsulas Biodegradáveis Aumenta Germinação de Sementes no Cerrado

Capa do Baru
Castanha de Baru. Foto: Divulgação | CERES

Pesquisadores das universidades federais de Jataí (UFJ) em Goiás e de Rondonópolis (UFR) no Mato Grosso publicaram um estudo na revista “Ciência Rural” que revela que o uso de cápsulas biodegradáveis fabricadas a partir de papelão pode significativamente aumentar a taxa de germinação das sementes de três espécies de árvores nativas do Cerrado: o baru, o angico-branco e o tamboril. Este avanço tem potencial para contribuir para programas que buscam restaurar áreas degradadas desse bioma.

As três espécies possuem relevância cultural, alimentar e ecológica na região do Cerrado. O baru é conhecido por suas castanhas ricas em nutrientes, enquanto partes do angico-branco e do tamboril são utilizadas em tratamentos naturais, como infusões terapêuticas. Diante da degradação ambiental crescente, a restauração das áreas degradadas se torna essencial.

Cerrado
As castanhas de baru apresentam várias propriedades benéficas à saúde humana, incluindo antioxidantes e vitaminas. Foto: Divulgação | CERES

Os testes realizados durante quatro meses em uma estufa do Centro Universitário de Mineiros em Goiás tiveram como propósito comparar a eficácia do uso de cápsulas em relação à semeadura direta das sementes. Em cada unidade amostrada, foram colocadas duas sementes de cada uma das espécies. Os dados obtidos mostraram que a taxa de germinação do baru, ao ser cultivado com as cápsulas, quase atingiu 100%, enquanto na semeadura direta a taxa foi de apenas 15%. No caso do angico-branco, os resultados foram de 42% com cápsula e 21% na semeadura direta, enquanto o tamboril apresentou os números de 12% e 8%, respectivamente.

O estudo esclarece que a cápsula, criada a partir de papelão utilizado para embalagens de ovos, protege as sementes no solo contra a ação de herbívoros, além de aumentar a retenção de umidade e proporcionar melhores condições térmicas para as sementes. Segundo Karine Lopes, doutora em Geografia pela UFJ e coautora do artigo, a semeadura direta é eficiente apenas quando várias condições são atendidas, como o uso de tecnologia apropriada e práticas de cultivo adequadas.

Lopes destaca ainda que esse método é acessível em termos de custo e sustentável, com um potencial relevante para impactar os esforços de restauração ambiental. Ela acredita que a inovação pode influenciar futuras políticas de conservação e enriquecer o conhecimento científico na área.

Cápsulas de semente no cerrado
Fonte: Revista “Ciência Rural”. Imagem das cápsulas biodegradáveis desenvolvidas para plantio.

Além disso, a pesquisa introduz uma nova proposta que combina o uso de cápsulas biodegradáveis com a tecnologia de drones para monitorar a recuperação ambiental. Lopes explica que atualmente não existe nenhum material com propriedades semelhantes no mercado, fazendo com que essa pesquisa se destaque como uma das soluções inovadoras em restauração ecológica.

Dentre os próximos passos do projeto, está a análise do crescimento e da sobrevivência das mudas germinadas em condições de campo, além de um detalhamento dos custos financeiros envolvidos. Os pesquisadores também planejam utilizar a metodologia em áreas de difícil acesso para monitorar o desenvolvimento das plantas e avaliar a eficácia do método em diferentes ambientes. Segundo Lopes, esses testes são fundamentais para ajustar e aprimorar a aplicação da tecnologia em vários contextos.

Fonte: Agência Bori

Muda de baruzeiro
O baruzeiro ergue-se imponente, podendo chegar a mais de 20 metros de altura, e sua fruta destaca-se entre as outras no contexto da sociobiodiversidade do Cerrado. | Foto: Silas Ismael | WWF-Brasil

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