Cacique é reconhecida por sua liderança na Amazônia
A cacique da aldeia Akratikatejé, situada no estado do Pará, na Região Norte do Brasil, será premiada pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) com o prêmio “A Alma da Ruralidade”. A líder indígena recebe esta honraria em reconhecimento às suas iniciativas de organização e empenho em empreender, coletar, produzir e educar sobre a importância da conservação e da proteção do meio ambiente na Amazônia.
O prêmio destaca a importância de lideranças como a da cacique, que desempenham papéis fundamentais na segurança alimentar, na preservação da biodiversidade e na promoção de exemplos positivos para as comunidades rurais. O diretor geral do IICA, Manuel Otero, afirma que é necessário destacar lideranças na região amazônica, especialmente do Brasil, e valorizar pessoas que pertencem a comunidades vulneráveis.
Através do programa Líderes da Ruralidade, o IICA busca estabelecer parcerias com organismos oficiais, sociedade civil e setor privado para obter apoio às causas das lideranças reconhecidas.
Katia Silene Tonkyre, a mulher cacique, é responsável por proteger e preservar a reserva indígena Mãe Maria, que abriga cerca de 3.500 indígenas da etnia Gavião da Montanha. A reserva, localizada em uma área de quase 63.000 hectares, é cercada por campos desmatados, o que aumenta a importância do trabalho realizado pela cacique.
A comunidade liderada por Katia se dedica principalmente à coleta, produção e venda de castanhas, pescado, mel e frutas, além de colaborar na conscientização sobre a importância da conservação da floresta. A cacique seguiu e aperfeiçoou o legado deixado por seu pai, o respeitado cacique Payaré, e ampliou as parcerias e ações em prol do bem-estar da comunidade.
A líder indígena busca melhorar a produção da aldeia, aumentar a comercialização dos produtos, desenvolver o turismo na reserva e expandir as parcerias para a exportação de castanhas. Para alcançar esses objetivos, Katia procura assistência técnica e busca recursos para a construção de estruturas de armazenamento e câmaras frigoríficas.
Katia enfatiza a importância de um projeto sustentável, que valorize a natureza e mantenha a floresta em pé. Ela acredita que é possível conciliar o crescimento econômico com a preservação ambiental, valorizando a riqueza da floresta amazônica.
Ao falar sobre seu papel como mulher cacique, Katia ressalta a importância de quebrar paradigmas e garantir a visibilidade das lideranças femininas. Ela destaca que as mulheres estão ocupando cada vez mais espaço e que devem continuar fazendo a diferença para que as coisas funcionem.
Para a cacique, o caminho para um futuro melhor envolve valorizar o território e a floresta, conscientizar os jovens sobre a importância da preservação e garantir que a cultura indígena seja mantida viva. Ela acredita que o povo indígena é abençoado, pois possui uma floresta rica e sustentável, que oferece alimentos, recursos naturais e uma farmácia verde.
Katia Silene Tonkyre, a mulher cacique da aldeia Akratikatejé, é um exemplo inspirador de liderança e comprometimento com a preservação da Amazônia. Sua atuação é fundamental para a proteção da maior floresta tropical do mundo e para a garantia de um futuro sustentável tanto para sua comunidade quanto para toda a região.