Cabo Frio: trabalhadores de ESF voltam a se sentir mal após dedetização

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Funcionárias da Estratégia Saúde da Família em Cabo Frio Apresentam Sintomas de Intoxicação Após Dedetização

Duas funcionárias da Estratégia Saúde da Família (ESF) localizada no Parque Burle, em , foram levadas à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na manhã desta sexta-feira (20) apresentando sinais de intoxicação. O incidente ocorreu um dia após a unidade ter sido alvo de críticas por continuar a operação normalmente, mesmo após passar por um processo de dedetização na noite de quarta-feira (18). Além das duas funcionárias atendidas, outra profissional também necessitou de assistência médica.

De acordo com relatos, as funcionárias que precisaram de atendimento na sexta já demonstravam sintomas ligados à intoxicação na quinta, quando, conforme afirmaram colegas, a unidade de saúde seguiu em funcionamento normal até aproximadamente 10h30, mesmo com menos de 24 horas após a dedetização.

As diretrizes de órgãos reguladores aconselham que a dedetização em serviços de saúde, como hospitais, clínicas e postos de saúde, seja realizada na sexta-feira, tendo em vista que o intervalo necessário para desocupar as áreas tratadas pode variar entre 24 e 48 horas, conforme os produtos químicos aplicados e os locais envolvidos. Apesar dessas recomendações, denunciantes afirmaram que a coordenação do estabelecimento decidiu manter o expediente na manhã desta sexta, afirmando que “o ambiente estava seguro”.

Com a continuidade do trabalho, as duas funcionárias, que ainda sentiam os efeitos da exposição anterior, acabaram inalando novamente ar possivelmente contaminado e necessitaram de atendimento emergencial. Elas foram levadas por colegas até a UPA, apresentando sintomas como rouquidão, dificuldades respiratórias severas, náuseas, olhos avermelhados e ardência nasal. Uma das funcionárias desmaiou e foi internada na sala vermelha da unidade de saúde.

Após avaliação, a condição de uma das servidoras foi identificada como crise de ansiedade. Após o incidente, conforme informações de testemunhas, a coordenação da unidade decidiu fechar o local.

Diante da gravidade da situação, a equipe do RC24h entrou em contato com a prefeitura local, questionando os motivos para a unidade ter permanecido aberta na sexta, em meio aos relatos sobre problemas de saúde das funcionárias. Em resposta, a administração municipal informou que:

“O ESF Parque Burle passou por uma dedetização emergencial na última quarta-feira (18), devido ao aparecimento de carrapatos na unidade. O produto utilizado não representa risco de contaminação, pois é intrahospitalar (aplicado em UPAs e hospitais, sem necessidade de interrupção das atividades), e, após isso, toda a equipe foi liberada e as atividades foram suspensas. O local passou por limpeza na quinta-feira (19), conforme orientações da vigilância ambiental.”

O episódio destaca a importância de seguir rigorosamente as orientações de segurança em ambientes de saúde, especialmente após a realização de serviços de dedetização. A preocupação com a saúde dos trabalhadores da saúde deve ser uma prioridade em qualquer instituição, e o cumprimento das normas é essencial para assegurar a segurança de todos os envolvidos.

Além dos riscos de saúde às funcionárias, é fundamental que os gestores públicos atentem para a comunicação e os protocolos de segurança diante de situações em que a saúde dos colaboradores possa ser comprometida. Manter um ambiente seguro e saudável é imprescindível não apenas para os trabalhadores, mas também para os pacientes que dependem dos serviços da saúde pública.

O caso suscita discussões sobre a adequação de procedimentos dentro das unidades de saúde, envolvendo não apenas a eficácia da dedetização, mas também o monitoramento após esses processos. A saúde e segurança dos trabalhadores de saúde são essenciais para garantir um atendimento de qualidade à população, e situações adversas como as ocorridas na ESF Parque Burle precisam ser analisadas e corrigidas para evitar a repetição de trágicos incidentes.

Esta situação evidência a necessidade urgente de revisitar e fortalecer as práticas de trabalho seguro em ambientes de saúde, a fim de proteger tanto os profissionais quanto os cidadãos que buscam assistência médica. A qualidade do serviço prestado depende, em grande parte, das condições em que os trabalhadores atuam.

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Bruno Rodrigo Souza

Bruno é Fundador e Editor no Guia Região dos Lagos

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