Búzios: Comunidades Quilombolas de Cabo Frio recebem projeto de Cinema Ao Ar Livre em exibições em telão de Led
No último final de semana, as comunidades quilombolas de Cabo Frio desfrutaram de momentos de lazer, entretenimento e cultura. Durante esses dois dias, foram realizadas exibições de filmes ao ar livre, proporcionando diversão e reflexão para os moradores locais.
No sábado, dia 20 de julho, foi feita a estreia exclusiva do filme “Malês”, que só será lançado nacionalmente em dezembro, na Comunidade Quilombola de Maria Joaquina. O ator e diretor Antônio Pitanga, juntamente com o produtor Flávio Tambellini, estiveram presentes no evento, participando de um debate sobre a narrativa do filme e os desafios enfrentados pelas comunidades quilombolas nos dias de hoje.
“Trazer ‘Malês’ para o Quilombo de Maria Joaquina é muito importante para que possamos conversar com a população. É um momento muito especial fazer um encontro como este para interagir com a comunidade sobre esse momento, conversar sobre onde tudo começou, a perseguição, o preconceito, a invisibilidade, fatos que aconteceram naquela época e que ainda persistem até hoje”, ressaltou Antônio Pitanga, ator e diretor do filme.
As exibições dos filmes fazem parte do projeto Rua Cine Arte, uma iniciativa realizada pelo Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro e Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, por meio da Lei Paulo Gustavo. Além do filme “Malês”, o curta “Meu nome é Mallum” também foi exibido para o público presente.
Durante o final de semana, o público também pôde desfrutar de diversas atrações, como pula-pula, pipoca, mini-pizza, cachorro-quente, hambúrguer, algodão doce e guaravita. Essa diversão não se limitou apenas aos adultos, mas também envolveu as crianças, que se divertiram bastante.
As exibições dos filmes ocorreram em dois locais. Além da Comunidade Quilombola de Maria Joaquina, o Campo de Futebol da Restinga, na Comunidade Quilombola de Botafogo, também foi palco das exibições. No telão de LED gigante, o público pôde assistir ao filme “Nosso Sonho”, que conta a história da dupla Claudinho e Buchecha.
O evento contou com uma infraestrutura completa para garantir o conforto e a comodidade dos espectadores. Foram disponibilizadas 300 cadeiras em cada localidade, além de iluminação adequada, banheiros químicos e legenda descritiva nos filmes. Também foram contratados dois profissionais de Libras para acompanhar os debates que ocorreram após as exibições.
Outras comunidades quilombolas de Cabo Frio, como Maria Romana, Espírito Santo e Preto Forro, também foram convidadas para participar do evento. A ideia principal é democratizar ao máximo o acesso, proporcionando momentos de entretenimento e interação entre as diferentes comunidades.
Além das exibições dos filmes, o projeto Rua Cine Arte terá outros desdobramentos. Serão realizadas três oficinas de audiovisual, que abordarão desde a pré-produção até a finalização de um filme, passando pelo roteiro, captação de imagens e edição. Os participantes das oficinas terão a oportunidade de produzir seu próprio curta-metragem.
As oficinas serão realizadas em agosto na Associação do Quilombo Maria Joaquina, contando com o apoio da associação, que cedeu o espaço para as atividades. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas por meio de um formulário disponível no Instagram do projeto (@ruacinearte). Serão disponibilizadas 40 vagas.
O projeto também prevê a realização de mais duas oficinas em espaços selecionados pela Escola Estadual da Cultura do Rio de Janeiro (EECRJ), vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa. Essa iniciativa tem como objetivo promover o aprimoramento de profissionais da área e agentes públicos.
A realização desse projeto de cinema ao ar livre nas comunidades quilombolas de Cabo Frio é de extrema importância para a valorização da cultura e história dessas comunidades. Além de proporcionar momentos de diversão e entretenimento para os moradores locais, também contribui para a reflexão sobre os desafios enfrentados por essas comunidades ao longo dos anos.
