Cabo Frio: Manifestação do SEPE gera conflito e acaba na delegacia

Protesto do SEPE em Cabo Frio gera desentendimento e termina na delegacia — RC24H

Protesto em Cabo Frio gera confronto com a Guarda Municipal

Na manhã de terça-feira (24), véspera de Natal, teve lugar um protesto em frente à Prefeitura de , que terminou em confusão entre um integrante do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (SEPE) Lagos e agentes da Guarda Municipal, especificamente da divisão ROMU. O incidente resultou na condução do sindicalista à delegacia, onde foi acusado de proferir ofensas aos guardas, chamando-os de “nazistas”.

Os participantes da manifestação se reuniram às 9h, reivindicando a regularização do pagamento do 13º salário, que se encontra atrasado para os trabalhadores da educação e saúde, além da posse imediata dos aprovados em concurso público. Intitulado “Ceia da Miséria – Até o Natal sendo furtado!?” o ato visava chamar a atenção para o suposto descaso com os servidores públicos.

Durante o protesto, um vídeo que circulou nas redes sociais mostrou o momento em que o representante do SEPE confrontava os agentes da ROMU. Nas filmagens, os guardas afirmaram que um deles havia sido chamado de “nazista” e destacaram que “tudo foi registrado”. A discussão, que ganhou contornos de tensão, culminou na condução do sindicalista à força para uma viatura da polícia, o que gerou revolta entre os demais manifestantes.

Posição dos agentes

Conforme a versão apresentada pelos agentes da Guarda Municipal, que foi divulgada em um vídeo, foi formalizado um termo circunstanciado na delegacia, e o membro do SEPE deverá responder legalmente pela sua declaração.

No relato do advogado Haroldo Bunn, representante da Associação dos Guardas Municipais de , foi informado que um termo foi registrado em razão do desacato ocorrido durante a manifestação. “Nós estamos aqui na 126ª DP, onde acabamos de elaborar um termo circunstanciado em decorrência do desacato cometido por um cidadão em uma manifestação em frente à prefeitura. Algumas pessoas estavam hostilizando o trabalho dos guardas e um deles ultrapassou os limites, chamando os guardas de nazistas”, esclareceu Bunn no vídeo.

O advogado fez questão de ressaltar que as manifestações devem ocorrer dentro dos limites legais, afirmando que “o direito à manifestação é legítimo, mas como todo direito, ele precisa ser regulado. Chamar um guarda de nazista ou fascista é um desacato sério que será devidamente punido”, acrescentou.

A equipe da ROMU acompanhou o registro do termo, segundo o advogado, e o caso foi encaminhado para os procedimentos legais pertinentes.

Críticas do SEPE à ação da guarda

Denize Alvarenga, coordenadora do SEPE, narrou os eventos do protesto, afirmando que a confusão teve início quando os guardas questionaram a presença do grupo nas escadarias da prefeitura. Ela enfatizou que os manifestantes estavam ali para reivindicar o pagamento do 13º salário e a posse dos concursados.

A sindicalista relatou que, durante o ato, os agentes tentaram impedir a realização da manifestação nas escadarias, local onde o grupo costuma se reunir anualmente. “Os guardas nos abordaram e alegaram que não poderíamos permanecer ali como fazíamos todos os anos. Retiraram nossos pertences e exigiram que deixássemos o local. Tentamos explicar que sempre nos reunimos ali, mas eles ainda recolheram nossos materiais da ceia da miséria”, contou Denize.

Ela também mencionou que, ao tentar acessar o prédio onde ocorria a posse dos concursados, foi impedida pelos agentes, enquanto um jornalista da entidade tentava dialogar sobre as ordens consideradas injustas. “O nosso jornalista argumentava que nem sempre uma ordem injusta deve ser acatada, enfatizando a necessidade de refletir sobre essas ordens. Em um determinado momento, ele fez uma referência histórica, afirmando que soldados nazistas também cumpriam ordens. Isso gerou um mal-entendido e a percepção errônea de que ele estava se autoclassificando como nazista”, explicou.

Denize também denunciou que as ações da guarda foram truculentas, com relato da retirada do celular do jornalista e sua condução à delegacia utilizando força física. “De forma agressiva, retiraram o celular do nosso jornalista. Ele foi submetido a um golpe de braço, recebeu socos na costela e foi levado à delegacia”, relatou.

Por fim, a coordenadora expressou sua preocupação com a postura dos agentes: “É lamentável a atitude agressiva dos guardas diante de trabalhadores e sindicatos que buscam garantir seus direitos. Estávamos apenas tentando acompanhar a posse dos concursados e fomos bloqueados”, afirmou.

O SEPE está considerando entrar com uma ação judicial em decorrência do incidente.

Atualização sobre o 13º salário e posse dos concursados

O protesto foi convocado no dia anterior (23) pelo SEPE Lagos e criticou a administração da prefeita Magdala. O sindicato abordou o “abandono” dos servidores e incentivou a participação popular com a frase: “Traga pratos ou panelas vazios, simbolizando a miséria imposta pela atual gestão”.

Horas depois do protesto, a prefeitura informou a posse dos aprovados e que a segunda parcela do 13º salário já estava liberada. Apesar disso, Denize Alvarenga alertou que muitos servidores receberam valores muito aquém do esperado. “Servidores que deveriam receber R$ 2.000 ou R$ 2.500 estão recebendo apenas R$ 300, o que é inaceitável e desproporcional. Não justifica qualquer desconto aplicado”, concluiu.

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Bruno Rodrigo Souza

Bruno é Fundador e Editor no Guia Região dos Lagos

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