Denúncia sobre falta de acompanhamento para criança autista em escola de Cabo Frio
Théo, um menino de 6 anos, foi matriculado em 8 de agosto e, na ocasião, um laudo médico foi entregue. Contudo, até o momento, o necessário acompanhamento especializado ainda não foi providenciado. A prefeitura foi contatada, mas não se manifestou sobre o assunto.
Na terça-feira (27), Jéssica Azevedo Ferreira buscou o RC24h para relatar uma situação preocupante envolvendo seu filho, Théo Azevedo Marins, que é aluno da Escola Municipal Francisca Nazareth de Souza, localizada em Tamoios, que é o segundo distrito do município de Cabo Frio. Théo apresenta um quadro de autismo de nível 2 e, devido a sua condição, necessita do auxílio de um profissional qualificado que possa acompanha-lo nas atividades escolares.
No ato da matrícula, realizada em agosto, um laudo médico que atesta a condição de Théo foi apresentado, mas até a presente data, quase 20 dias após a matrícula, o suporte necessário ainda não foi disponibilizado. Isso impossibilita Théo de frequentar a escola adequadamente.
Jéssica ainda ressalta que a situação se repete com diversas outras crianças com necessidades especiais na escola que, segundo ela, estão “quase abandonadas, sem auxiliar”. Para ela, essa realidade representa “uma falta de respeito, uma vez que essas crianças são dependentes de cuidadores”.
O autismo de nível 2 acarreta dificuldades significativas na comunicação e interação social, além de comportamentos restritos e repetitivos. A ausência de suporte especializado pode comprometer não apenas o aprendizado dessas crianças, mas também a sua socialização e bem-estar emocional.
A equipe de reportagem tentou entrar em contato com a prefeitura de Cabo Frio, mas ainda não houve retorno.
Théo está em uma fase crucial de desenvolvimento, onde a socialização e a educação são fundamentais para sua formação. A espera pelo suporte adequado não apenas afeta sua educação, mas também pode impactar seu desenvolvimento emocional e social. Pais e responsáveis de crianças com necessidades especiais frequentemente enfrentam desafios semelhantes, lutando para garantir que seus filhos tenham acesso à educação inclusiva e de qualidade.
Além de Théo, outros alunos com perfis semelhantes estão sendo deixados de lado nessa realidade. A falta de auxiliares nas escolas novamente levanta a discussão sobre a necessidade de mais investimentos e atenção às políticas públicas voltadas para a educação inclusiva, que beneficiam não apenas as crianças com deficiência, mas também suas famílias e a sociedade como um todo.
Os direitos das crianças com necessidades especiais são garantidos por legislações específicas, mas a implementação desses direitos ainda enfrenta diversos obstáculos. Atingir um modelo de inclusão real requer esforços conjuntos entre escolas, governo e sociedade. É fundamental que as vozes dos pais sejam ouvidas e que as demandas sejam atendidas com urgência.
A situação relatada por Jéssica aponta para uma realidade que muitos pais de crianças com deficiência enfrentam. Lutar por direitos, ter que recorrer à imprensa para chamar a atenção sobre a falta de recursos e profissionais capacitados é uma experiência desgastante e frustrante. O compromisso do estado e do município em proporcionar uma educação inclusiva de qualidade deve ser uma prioridade para assegurar que todas as crianças tenham as mesmas oportunidades de desenvolvimento e aprendizado.
É preciso que as autoridades competentes atentem-se a esses casos e que tomem providências para garantir que o acesso ao suporte especializado seja ágil e contínuo. Apenas assim será possível construir um ambiente educacional acolhedor e justo para todos os estudantes, independentemente de suas condições.
Essa história é um chamado à ação, um lembrete da necessidade urgente de transformação nas políticas educacionais, garantindo o acolhimento e a inclusão de crianças com autismo e outras deficiências nas escolas públicas.
Fonte da Notícia: Guia Região dos Lagos