Cabo Frio: Clínica abre comissão para apurar psicólogo suspeito de assédio sexual

Clínica instaura comissão para investigar psicólogo suspeito de tentativa de estupro em Cabo Frio — RC24H

Novo caso de denúncia de má conduta profissional em Cabo Frio

Na última quinta-feira (24), a clínica AmorSaúde, onde o psicólogo Roberto Felipe Leal de Souza é acusado de tentativa de estupro contra uma paciente durante uma sessão de terapia no dia 11 deste mês, promoveu uma declaração oficial. A nota anunciou que uma comissão interna foi criada com o propósito de investigar os acontecimentos de maneira rigorosa. A vítima se dirigiu ao Ministério Público nesta sexta-feira (25) para registrar uma denúncia formal do incidente.

A clínica enfatizou em sua nota que “repudia veementemente qualquer conduta que infrinja os direitos humanos, a ética profissional ou que comprometa o bem-estar de seus pacientes”. Logo que a administração da unidade tomou conhecimento da situação, o profissional em questão foi prontamente afastado, e sua agenda foi suspensa enquanto as investigações estão em andamento.

Além disso, a clínica declarou que a comissão interna tem como objetivo apurar os fatos com seriedade e transparência, oferecendo total colaboração às autoridades competentes. “Estamos dedicados a manter um ambiente seguro e respeitoso para todos os nossos pacientes e colaboradores. Acreditamos que todos merecem receber cuidados com dignidade e respeito, e garantimos que esse compromisso será sempre mantido”, afirmaram os responsáveis pela clínica.

As investigações sobre o caso começaram na última terça-feira (22), quando os responsáveis pela clínica AmorSaúde e o psicólogo acusado foram convocados a depor na Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) em Cabo Frio.

Um dia após a vítima registrar o boletim de ocorrência, a clínica informou que uma equipe foi ao local, questionou sobre as gravações das câmeras de segurança e fez a intimação necessária. Na quinta-feira, a vítima compareceu à sede do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) para formalizar sua denúncia contra o psicólogo.

O caso está sob a supervisão das coordenadoras do Centro Especializado de Atendimento à Mulher (CEAM) do município.

Recuperação e pesadelo na terapia

A paciente, que pediu para preservar sua identidade, compartilhou que o que deveria ser uma sessão de terapia para abordar traumas do passado transformou-se em um verdadeiro pesadelo. Com 38 anos, ela havia iniciado o tratamento na clínica no dia 1º de outubro, em busca de apoio para enfrentar as cicatrizes emocionais de um abuso sexual sofrido na infância.

Durante a primeira sessão, que consistiu em uma avaliação inicial, a paciente compartilhou apenas algumas partes de sua história, e o psicólogo sugeriu um livro para que ela lesse antes da próxima consulta, marcada para dez dias depois. Nesse intervalo, a mulher começou a perceber comportamentos estranhos por parte do profissional, que enviava mensagens frequentes via aplicativo, alegando que eram de uma lista de transmissão, mas com um conteúdo que parecia dirigido apenas a ela. Por nunca ter consultado um psicólogo antes, a vítima acreditou que isso era normal e não fez objeções.

No dia do incidente, na segunda sessão, a paciente encontrou o psicólogo trajando uma capa de super-herói, o que ele justificou informando que atendia uma criança anteriormente. Durante a consulta, a mulher finalmente teve coragem de discutir o abuso que havia sofrido na infância, e nesse momento, o terapeuta passou a fazer muitos elogios, perguntando sobre seus “relacionamentos íntimos” e chamando-a de “linda” e “cheirosa”, entre outros adjetivos.

A situação tornou-se ainda mais desconcertante ao final da sessão, quando Roberto insistiu que ela não poderia sair sem um abraço. A paciente descreveu o aperto como excessivamente forte e notou que o coração dele começou a acelerar sem explicação. Inicialmente, ela pensou que se tratava de uma “terapia do abraço”, mas logo percebeu que a situação estava se agravando.

Em seguida, segundo seu relato, o terapeuta a pressionou contra a parede e a beijou de forma inadequada, tentando tocar seu corpo e colocando a mão sob suas roupas, além de fazer comentários obscenos. Em um determinado momento, a vítima pediu para que ele parasse, mas ele não atendeu. Conseguindo se desvencilhar, ela se sentiu apressada para deixar o local. Antes de sair, segundo a mulher, o psicólogo afirmou que aquilo fazia parte da terapia, “pois ela precisava de um homem”, e sugeriu que ela lavasse o rosto para que as pessoas não pensassem mal dela.

O RC24h tentou entrar em contato com Roberto Felipe Leal de Souza, que negou as acusações, afirmando não ter conhecimento do que estava em questão. Ao ouvir o nome da vítima, ele declarou que procuraria seus advogados e se apresentaria na delegacia para esclarecer a situação.

Fonte da Notícia: Guia Região dos Lagos

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Bruno Rodrigo Souza

Bruno é Fundador e Editor no Guia Região dos Lagos

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