Cozinheiras do Colégio Municipal Paulo Freire em Búzios Protestam contra Demissões
No dia 17 de agosto, cozinheiras terceirizadas do Colégio Municipal Paulo Freire, localizado em Búzios, realizaram um protesto em frente à sede da Prefeitura. A mobilização foi desencadeada pelo desligamento de algumas funcionárias que ocorreu após uma paralisação iniciada no início daquela semana, em busca de salários que estavam em atraso. As demissões aconteceram no dia seguinte à mobilização dos trabalhadores.
O evento foi amplamente apoiado por alunos da escola, que se manifestaram nas redes sociais contra as dispensas e em defesa das funcionárias. “Essa situação é uma injustiça com profissionais que sempre nos trataram com carinho e dignidade”, destacou um trecho de uma nota emitida pelos estudantes. Além disso, um abaixo-assinado foi criado com a intenção de solicitar a reintegração das trabalhadoras demitidas.
A repercussão do ato também alcançou o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe Lagos), que se pronunciou sobre a situação, exigindo a reintegração imediata das profissionais. O sindicato também denunciou o que considera como perseguição por parte da empresa que realiza a terceirização, a AMX. Em um comunicado, o Sepe destacou um histórico de problemas relacionados à empresa na Região dos Lagos, mesmo possuindo contratos de grande valor com as prefeituras da área.
Em resposta à situação, a Prefeitura de Búzios foi contatada e emitiu uma nota informando que a responsabilidade pela demissão das funcionárias recai sobre a empresa terceirizada. A gestão municipal enfatizou que não teve papel na decisão de desligamento. O comunicado da prefeitura esclareceu que os serviços de alimentação escolar na rede pública são realizados pela AMX, a qual foi contratada por meio de um processo licitatório, conforme exigido pela legislação em vigor.
A nota da Prefeitura especificou ainda que os pagamentos feitos à empresa foram processados de acordo com os procedimentos administrativos internos. Portanto, ressaltou que é de responsabilidade da empresa contratada garantir o pagamento dos salários de seus empregados. A AMX teria total liberdade sobre o gerenciamento de seu pessoal, e a Prefeitura não exerceria qualquer influência sobre essas questões.
O documento também abordou a demissão de quatro funcionárias, afirmando que essa decisão foi exclusivamente da empresa AMX e não foi determinada pela administração municipal. A prefeitura está atenta ao desdobrar da situação e espera que a empresa tome as providências necessárias para assegurar a continuidade e a qualidade dos serviços prestados à comunidade escolar.
Esta situação destaca a necessidade de um amplo diálogo entre as partes envolvidas — funcionários, a empresa terceirizada e a administração pública. Cada vez mais, assuntos relacionados a direitos trabalhistas e a maneira como as operações terceirizadas são geridas ganham destaque na relevância dos debates. Para que as relações de trabalho sejam justas e respeitosas, é fundamental garantir que haja uma comunicação clara e transparente entre todos os envolvidos.
O conflito em questão, que teve início após a luta por salários em atraso, mostra a fragilidade que muitos trabalhadores terceirizados enfrentam, dependentes das decisões de empresas que, por vezes, não têm um histórico positivo de gestão. As ações em prol dos direitos trabalhistas são essenciais para garantir que os interesses dos profissionais sejam respeitados, sendo esses um dos pilares fundamentais para a organização das relações laborais no país.
Com informações adicionais de fontes relevantes que acompanharam a situação de perto, espera-se que o desenrolar deste caso conduza a uma solução que beneficie todos os envolvidos e restabeleça a dignidade e os direitos dos trabalhadores da educação em Búzios.
Esta situação evoca reflexões importantes sobre a responsabilidade das empresas terceirizadas e a necessidade de um compromisso verdadeiro com os direitos dos trabalhadores, que devem ser ouvidos e considerados em qualquer processo decisório que impacte suas vidas e suas condições de trabalho.