A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) denunciou o Botafogo nesta segunda-feira (19) após um torcedor do clube carioca ter realizado gestos racistas contra a torcida do Palmeiras durante a partida de ida da Copa Libertadores, que aconteceu no Estádio Nilton Santos na última quarta-feira (14). O clube pode receber uma multa de até 100 mil dólares (R$ 540 mil), de acordo com o artigo 15.2 do Código Disciplinar da Conmebol.
O torcedor identificado como Vinícius Ramos, morador de Maricá, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, apontou em direção ao braço fazendo referência à cor da pele e também imitou um macaco. Após o ocorrido, ele foi demitido da Prefeitura de Maricá e também foi banido permanentemente de frequentar o Estádio Nilton Santos pelo Botafogo.
A denúncia conta com o depoimento de Henry Freitas, segurança do Palmeiras. O Botafogo tem até sexta-feira (23) para enviar sua defesa sobre o caso.
Vinícius Ramos se apresentou à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) nesta segunda-feira e negou ter feito gestos racistas. Ele afirmou em seu depoimento que o gesto no braço se referia à garra e ao sangue do time pela vitória, considerando principalmente o histórico recente de embates entre os dois clubes e seus respectivos presidentes. Ele também negou ter imitado um macaco, alegando que estava realizando um gesto de preparação de luta, pois é lutador. Vinícius afirmou que foi mal interpretado e que o vídeo contém edições e cortes intencionais.
Vinícius Ramos, além de ter sido banido pelo Botafogo e demitido da Prefeitura de Maricá, também será investigado pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi).
O prefeito de Maricá, Fabiano Horta, manifestou repúdio ao ato e comentou sobre os casos de racismo no futebol, destacando que o racismo é um crime que fere a dignidade humana e que sua gestão não tolera qualquer forma de preconceito.
É importante ressaltar que atos racistas são inaceitáveis e devem ser combatidos em todas as esferas da sociedade. A Conmebol e os clubes de futebol têm o dever de tomar medidas enérgicas para coibir esse tipo de comportamento, garantindo que o esporte seja um ambiente inclusivo e livre de discriminação.
Cabe agora aguardar a decisão da Conmebol em relação à denúncia feita contra o Botafogo e acompanhar as medidas que serão tomadas pelas autoridades competentes em relação ao torcedor responsável pelos atos racistas. A luta contra o racismo continua e é necessário que todos estejam engajados nessa causa, adotando uma postura de respeito e igualdade.