Autêntica ou deepfake? Aprenda a distinguir imagens geradas por IA.

Real ou deepfake? Veja como identificar se uma imagem foi gerada por inteligência artificial

A inteligência artificial (IA) é um campo que já existe há bastante tempo, mas somente nos últimos anos começou a receber a atenção do grande público. Um marco nessa popularização foi o lançamento do ChatGPT, um chatbot que, devido à sua interface amigável e à capacidade de realizar tarefas de forma rápida e eficaz, reacendeu o interesse e as discussões sobre as implicações da IA na vida cotidiana.

Um dos aspectos mais intrigantes dos novos softwares de IA é a habilidade de criar imagens ultrarrealistas. Essa funcionalidade, além de impressionante, levanta preocupações, uma vez que tais imagens podem confundir as pessoas sobre o que é real e o que não é. Com isso em mente, elaboramos um guia para ajudar você a compreender o que são deepfakes e como distinguir uma imagem genuína de uma gerada por inteligência artificial.

O conceito de deepfakes

Deepfake é um termo que surgiu da combinação das palavras “deep learning” e “fake.” Ele refere-se ao uso de técnicas de inteligência artificial para manipular mídias, como fotos e vídeos, inserindo rostos de pessoas reais em contextos que não correspondem à realidade. Um exemplo notável ocorreu no início de 2023, quando uma imagem do Papa Francisco vestindo um casaco de espuma foi amplamente compartilhada nas redes sociais. Essa imagem gerou um grande alvoroço, pois o pontífice nunca esteve vestido dessa maneira.

Imagem do Papa Francisco vestindo um casaco branco de espuma
Uma deepfake que pegou muitos de surpresa no início de 2023 foi uma imagem do Papa Francisco, “flagrado” com um modelo de casaco “fashion” enquanto andava pela rua (Reprodução/Redes Sociais)

Assim, profissionais familiarizados com a IA podem facilmente colocar o rosto e o corpo de uma pessoa em imagens ou vídeos que não têm relação alguma com a foto original, assim como aconteceu com a imagem do Papa, que estava no Vaticano e não estava vestido da maneira que aparece nela.

Como distinguir uma imagem gerada por IA

Atualmente, as ferramentas que criam imagens por meio de inteligência artificial são tão avançadas que são capazes de gerar mídias visualmente impressionantes, o que torna ainda mais difícil para o público em geral identificar o que é verdadeiro. Porém, existem algumas estratégias que podem ser empregadas para discernir se uma imagem foi realmente criada por IA. Abaixo, apresentamos algumas dicas úteis:

Imagem mostrando pessoas em uma cena urbana, possivelmente gerada por IA
Pessoas em uma cena urbana, que pode ter sido criada por inteligência artificial (Reprodução: Grok)
  • Conte os dedos: Um dos erros mais comuns em imagens criadas por IA é a quantidade imprecisa de dedos. Se você notar que uma figura tem seis dedos ou mais, isso pode ser um forte indício de que se trata de uma criação de IA;
  • Busque por palavras desconexas: Muitas vezes, a IA falha em gerar texto que faça sentido. Por exemplo, se você visualizar uma imagem de um ônibus, as palavras que deveriam aparecer no visor podem não fazer sentido, indicando que a imagem é gerada artificialmente;
  • Verifique a textura: Imagens reais geralmente apresentam texturas diversas, sombras e pequenas imperfeições na pele, como espinhas ou manchas. Imagens geradas por IA, por outro lado, tendem a apresentar uma aparência artificial sem essas características.

Além destas dicas, outros sinais podem revelar que uma imagem foi gerada por inteligência artificial, como proporções estranhas entre pessoas e objetos, assim como roupas que parecem dobradas de maneira inusitada. Também é aconselhável utilizar ferramentas online que analisam imagens, pois elas examinam os pixels e as características das fotos e podem dar um indicativo da autenticidade.

Essa crescente capacidade de criação de imagens pela inteligência artificial apresenta desafios interessantes e complexos. A linha entre o que é real e o que não é se torna cada vez mais sutil, o que reforça a importância de desenvolver uma habilidade crítica para analisar imagens e informações antes de aceitar sua veracidade. À medida que a tecnologia avança, nossa consciência e entendimento sobre esses fenômenos também precisam evoluir.

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Felipe Rabello

Felipe é um dos editores do Guia Região dos Lagos.

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