Áreas verdes nas cidades diminuem internações por problemas respiratórios

Áreas verdes urbanas reduzem internações por doenças respiratórias

Áreas verdes urbanas reduzem internações por doenças respiratórias

Um estudo realizado por pesquisadores da PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) revelou que municípios com mais áreas verdes têm menos internações hospitalares por doenças respiratórias. A pesquisa utilizou ciência de dados e bases de informações públicas, como o Datasus (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a Secretaria Nacional de Trânsito e o Instituto Água e Terra do Paraná.

O objetivo do estudo era avaliar como a infraestrutura verde urbana, composta por praças, parques, jardins planejados, fragmentos florestais, reservas florestais urbanas, bosques e arborização, impacta na saúde da população. Além disso, foram utilizados dados censitários para analisar indicadores de pobreza.

A pesquisa abrangeu 397 dos 399 municípios paranaenses, sendo que dois apresentavam falhas de dados. As informações foram coletadas entre 2021 e 2022, e os resultados foram divulgados recentemente. O estudo, intitulado “Serviços ecossistêmicos e infraestrutura verde para a proteção da saúde respiratória: Uma abordagem de ciência de dados para o Paraná, Brasil”, foi publicado na liga internacional de revistas científicas MDPI.

A pesquisadora Luciene Pimentel ressaltou a importância dos resultados, já que a OMS (Organização Mundial da Saúde) reporta 4 milhões de mortes anuais por doenças respiratórias, sendo que 40% delas são causadas por doenças pulmonares obstrutivas crônicas. Além disso, 99% da população mundial respira ar que excede os limites de qualidade recomendados, o que causa 7 milhões de mortes anuais em todo o mundo.

No entanto, Luciene também mencionou que há uma dúvida na literatura científica sobre como exatamente a vegetação contribui para a redução da poluição do ar. Isso porque as doenças respiratórias estão fortemente ligadas a esse problema nas áreas urbanas, e a disposição inadequada da vegetação urbana pode até piorar a saúde respiratória pela dispersão de pólen.

Apesar disso, a pesquisadora acredita que os resultados do estudo podem subsidiar políticas públicas voltadas para a sustentabilidade ambiental e a gestão da saúde urbana. A redução das internações por doenças respiratórias não apenas reduz os custos com hospitalizações, mas também contribui para a queda das faltas ao trabalho e à escola.

A equipe de pesquisadores pretende dar continuidade ao estudo, agora focando na cidade de Curitiba em escala intraurbana, e não mais municipal. Também há planos de estender a pesquisa para outros estados do país, com o objetivo de ter uma visão mais abrangente sobre os efeitos das áreas verdes urbanas na saúde respiratória da população.

É importante ressaltar que o estudo aponta para a importância da vegetação urbana na redução das doenças respiratórias, mas também destaca a necessidade de uma disposição adequada e planejada dessas áreas verdes. A pesquisa mostra que, quando bem implementadas, as áreas verdes podem trazer benefícios significativos para a saúde da população, reduzindo as internações e melhorando a qualidade de vida.

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