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A Apple e a Nova Geração de AirTags
É bastante comum que as pessoas não estejam cientes de que a Apple, fabricante do célebre iPhone e do iPad, também criou um dispositivo chamado AirTag. Este acessório tem a proposta de funcionar como um rastreador, permitindo que usuários coloquem-no em objetos de uso diário, como malas, mochilas ou chaves. Assim, se algum desses itens for perdido, o usuário pode localizá-los com facilidade utilizando esse pequeno dispositivo, que tem o tamanho aproximado de uma moeda.
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A ideia por trás do AirTag é bastante positiva. Pessoalmente, já passei pela situação de perder a chave do carro e, sem dúvida, teria apreciado ter um rastreador que ajudasse a encontrá-la, evitando o custo de um novo conjunto de chaves.
Apesar do conceito válido, os AirTags enfrentam um desafio significativo: estão no centro de uma ação coletiva nos Estados Unidos. Além disso, processos semelhantes surgiram em vários países. As alegações envolvem o fato de que a invenção da Apple se transformou numa “arma favorita de perseguidores” ou stalkers, como é popularmente conhecido.
Desde o seu lançamento em abril de 2021, as reclamações sobre o produto começaram a aparecer logo após. Em janeiro de 2022, a Apple implementou maneiras adicionais para proteger os usuários do dispositivo. No entanto, essas alterações não foram consideradas adequadas pelas vítimas.
Agora, três anos após a estreia do AirTag, a Apple está analisando o desenvolvimento da segunda geração do produto. De acordo com o analista da Bloomberg, Mark Gurman, essa nova versão deverá ser lançada no primeiro semestre de 2025.
Expectativa em torno da evolução do AirTag é alta. A nova versão do localizador não deve apresentar alterações significativas em seu design. Entretanto, melhorias quanto à segurança estão sendo esperadas.
Uma das atualizações planejadas refere-se ao alto-falante, que será projetado para dificultar sua remoção. O que acontece atualmente é que, quando o AirTag se distancia do smartphone conectado, ele emite um aviso sonoro. Essa funcionalidade não apenas auxilia na localização do dispositivo, mas também permite que vítimas identifiquem situações de perseguição.
Entretanto, a facilidade com que o alto-falante pode ser retirado por criminosos torna essa proteção vulnerável. A Apple está trabalhando em soluções para solucionar essa falha.
Adicionalmente, a nova versão deverá incorporar um novo chip de rastreamento, proporcionando maior alcance na localização, além de permitir a cobertura de um raio consideravelmente maior do que a geração atual. O AirTag utiliza uma combinação de tecnologia Bluetooth e chip de banda ultralarga.
Esse recurso aproveita a extensa rede de localização que a Apple oferece através do aplicativo Buscar. Através dessa rede, dispositivos próximos se “escutam” constantemente, emitindo sinais via Bluetooth, o que basicamente cria uma comunicação contínua entre eles. Quando um dispositivo entra em contato com um AirTag que foi reportado como perdido, ele envia a localização diretamente para o iCloud do seu proprietário.
Nos Estados Unidos, o AirTag, dada à sua acessibilidade (custa cerca de R$ 369 no Brasil), tornou-se uma ferramenta utilizada por criminosos. Casos significativos têm sido reportados, como o de um ex-namorado que escondeu um AirTag na roda do carro de sua parceira, levando-a a ser perseguida até que descobrisse o que estava acontecendo. Outro incidente envolveu um ex-marido que rastreou a ex-esposa pelo AirTag que foi colocado na mochila do filho. Em um caso mais grave, uma mulher foi baleada após ser seguida por seu ex-parceiro no estado de Ohio, utilizando esse dispositivo.
Esses relatos se somam às alegações na ação coletiva em andamento contra a Apple na Justiça americana. As vítimas argumentam que as medidas adotadas pela empresa não foram suficientes para coibir o uso indevido do AirTag e criticam o produto como potencialmente perigoso e invasivo à privacidade, solicitando uma compensação financeira da gigante da tecnologia.
A Apple tentou ainda arquivar o processo na Justiça, mas essa tentativa falhou. Atualmente, o caso segue sem um prazo definido para decisão judicial.
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