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André Corrêa do Lago será o presidente da COP30
O embaixador André Corrêa do Lago foi escolhido pelo governo federal para assumir a presidência da COP30, que ocorrerá em Belém, no Pará, em novembro de 2025. Com essa nomeação, o diplomata terá a missão de liderar as negociações climáticas promovidas pela ONU.
A indicação de Corrêa do Lago era antecipada desde o final de 2024, embora a confirmação tenha demorado um pouco. Esperava-se que a definição acontecesse antes da COP29, que teve lugar em novembro do ano passado em Baku, no Azerbaijão. No entanto, algumas dificuldades dentro do governo atrasaram a decisão final. Agora, o novo presidente da COP30 deverá acelerar o processo e definir a agenda para as negociações em Belém.
Carolina Pasquali, diretora executiva do Greenpeace Brasil, sublinhou que “O maior desafio da Presidência da COP30 será sem dúvida transmitir a urgência necessária em um processo marcado por divergências políticas. É crucial manter o foco nas ações que devem ser tomadas: a transição para uma economia livre de combustíveis fósseis e garantir recursos para que os países em desenvolvimento possam realizar suas metas de mitigação e adaptação”.
Em coletiva de imprensa, Corrêa do Lago expressou sua felicidade com a indicação: “É uma grande honra e estou convencido de que o Brasil pode desempenhar um papel fundamental nesta COP. Juntos, faremos deste evento um marco que será celebrado com entusiasmo”. Desde 2023, ele ocupa o cargo de secretário de clima, energia e meio ambiente no Ministério das Relações Exteriores e já foi negoceador principal do Brasil na conferência Rio+20 em 2012. Seu histórico inclui embaixadas na Índia (2019-2023) e no Japão (2013-2018), além de experiências em missões brasileiras em Bruxelas, Buenos Aires, Washington, Praga e Madri.
O anúncio da escolha de Corrêa do Lago foi bem recebido entre ambientalistas e organizações que atuam na luta contra a emergência climática. O Observatório do Clima (OC) elogiou a nomeação de André Corrêa do Lago e Ana Toni como principais líderes da COP30, realçando suas habilidades tanto técnicas quanto políticas, e os desafios que enfrentarão juntos nas próximas semanas. “É essencial que, em alinhamento com a agenda proposta pela Ministra Marina Silva, consigam navegar pelas complexidades geopolíticas enquanto evitam possíveis conflitos internos”, afirmaram.
O atraso na escolha do presidente da COP30 foi apontado pelo OC como um sinal de menor consenso interno no governo. Aqui surgem preocupações sobre a disposição do presidente Lula em firmar sua liderança climática global desde 2022, o que agora representa um desafio ainda maior para organizar as discussões que se aproximam.
Carolle Alarcon, gerente executiva da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, classificou a designação de André Corrêa do Lago como “excepcional”. “Ele é um diplomata com uma vasta experiência e um profundo conhecimento da agenda climática, possui as habilidades necessárias para enfrentar as exigências da COP. Sua abordagem já rendeu bons diálogos com organizações não governamentais e o mercado privado”, observou.
O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) também se mostraram satisfeitos com a seleção de Corrêa do Lago. Em suas declarações, destacaram que a experiência em negociações climáticas do novo presidente da COP30 é fundamental não apenas para avançar nas discussões, mas também para reposicionar o Brasil em um cenário de liderança global. Ao longo do último ano, o embaixador interagiu com líderes de mais de 110 empresas associadas ao CEBDS durante eventos como a Semana do Clima de Nova York, onde participou de uma mobilização conjunta do setor produtivo que promovia metas climáticas mais robustas para o Brasil.
Com informações de ClimaInfo
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