Abril Indígena leva luta Huka-Huka para parque em SP

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Início do Programa Abril Indígena no Museu das Culturas Indígenas

Celebrando o Abril Indígena no Museu das Culturas Indígenas
Foto: Mário Vilela | Funai

O mês de Abril Indígena teve seu início no Museu das Culturas Indígenas (MCI), com eventos dedicados à reflexão sobre a Abolição da Escravidão Indígena, datada de 1º de abril. Para marcar a data, o museu promoveu um encontro virtual transmitido pelo YouTube, com uma programação recheada de atividades gratuitas agendadas para o mês. Dentre as atrações, destaca-se a oficina sobre Huka-huka, uma arte marcial tradicional e luta practicada pelos povos indígenas do Xingu e Bakairi, localizados no Mato Grosso, que será e realizada no Parque da Água Branca.

A programação inclui encontros virtuais e presenciais, que contemplarão o compartilhamento de saberes, lançamentos musicais e literários, rituais do Xingu, além de oficinas de cerâmica e atividades voltadas para educadores e famílias. As ações visam enfatizar a relevância de preservar as tradições indígenas e a luta pela conservação dos biomas brasileiros.

O MCI é mantido pela Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas de São Paulo, sob a gestão da ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari), em colaboração com o Instituto Maracá e o Conselho Indígena Aty Mirim.

Visitação ao Museu das Culturas Indígenas
Atividades no Museu das Culturas Indígenas, localizado na zona oeste de São Paulo. Foto: acervo MCI

Relembre a História

Apesar da proibição da escravização de indígenas desde o século XVI, o Relatório Figueiredo de 1967 trouxe à tona violências extremas como genocídios, torturas, prostituição forçada, além da apropriação de bens e do uso de mão de obra escrava contra os povos indígenas por todo o Brasil. Essas revelações destacaram a negligência e a omissão generalizada com relação a estas populações ao longo da história.

O recente diálogo realizado no YouTube, no dia 1º de abril, conduzido por Leandro Karaí Mirim e com a participação de Xipu Puri, enfocou a discussão sobre o impacto da dívida histórica do Brasil sobre os direitos indígenas, que até hoje são frequentemente desconsiderados. O evento propôs uma reflexão urgente e relevante sobre a luta por reconhecimento e reparação.

Ambiente de Compartilhamento

Na data de 5 de abril, professores e educadores estão convidados para uma tarde dedicada ao compartilhamento de saberes, que acontecerá com mestres de saberes indígenas, onde poderão explorar objetos e elementos de diversas culturas, e assim, aprender mais sobre conhecimentos tradicionais, línguas, biomas, e modos de vida em geral.

Atividades do Museu das Culturas Indígenas
Frame do documentário “Os sonhos guiam” | Divulgação

A atividade faz parte do Programa de Formação de Professores, desenvolvido pelo Núcleo de Transformação e Saberes (NUTRAS), que se dedica a promover oficinas e atividades de formação para educadores com foco na abordagem das histórias e culturas indígenas, tanto nas escolas quanto em outros ambientes. Os encontros são abertos também a educadores que atuam fora do contexto escolar e que trabalham com diversos públicos.

Celebrando a Música e a Cultura

O dia 10 de abril, às 19h, será marcado pelo lançamento do single “Energia Positiva”, da artista CAYARÍ, oriunda da Bahia, que contará com a presença de convidados especiais. Durante este evento, o público será imerso em uma celebração que valoriza a cultura, música e ancestralidade, promovendo interações que fortalecem a conexão e identidade entre os povos.

Rituais e Tradições dos Povos do Xingu

Em colaboração com o Parque da Água Branca, o MCI realizará, no dia 12 de abril às 10h, a oficina de Huka-huka, representando a tradição do povo Mehinako. Este ritual dos povos indígenas do Parque Indígena do Xingu (MT) simboliza o fechamento do Kuarup, um ritual que acontece um ano após a morte de membros da comunidade, marcando a transição do luto.

Registro do Kuarup
Registro do ritual Huka-Huka durante a cerimônia Kuarup, em 2019. Foto: Hilda Azevedo | Funai

Com vestimentas adornadas, os guerreiros que participam do rito são chamados para a disputa pelo “dono da luta”, que assume a responsabilidade de orientar e supervisionar a cerimônia.

Diversão em Família

Nos dias 13 e 27 de abril, as famílias poderão participar das atividades programadas, que incluem jogos tradicionais como arco e flecha, peteca e zarabatana, momentos de diversão e aprendizado com os mestres de saberes. Além disso, o público poderá visitar uma série de exposições, como Hendu Porã’rã, Mymba’i, e Ocupação Decoloniza – SP Terra Indígena. Todas as atividades para as famílias serão gratuitas, com ingressos disponíveis por meio de reserva antecipada.

Atividade no Museu das Culturas Indígenas
O Mbya é uma das variações da língua Guarani, pertencente à família Tupi-Guarani. | Foto: Gabie Pereira | Acervo MCI

Conferência em Defesa da Mata Atlântica

No dia 17 de abril, às 10h, representantes indígenas e organizações civis e culturais irão se reunir no MCI para apresentar um Manifesto em defesa do tombamento da Mata Atlântica como patrimônio material e imaterial do Brasil. O documento deverá enfatizar a necessidade de um compromisso coletivo na proteção deste biome, vital para o país.

Aspecto da Mata Atlântica
Imagem da Mata Atlântica capturada por Du Zuppani.

Lançamento de Livro e Feira Indígena

Para concluir a programação do mês, o MCI receberá, no dia 26 de abril, às 15h, o lançamento do livro “O Segredo dos Artesãos da Amazônia”, cujo autor é Siriani Huni Kuin, acompanhado por ilustrações de Yaka HuniKuin. Este trabalho, publicado pela Editora Garagem do Imaginário, explora as tradições e culturas do povo Huni Kuin em um contexto de desmatamento.

Artesanato Indígena
Artesanato Yudjá ou Juruna. | Foto: José Neto

O livro discute conhecimentos ancestrais que visam à conservação da floresta, refletindo sobre a importância da preservação dos biomas para a manutenção da qualidade de vida humana.

Feira de Artes e Produtos Indígenas

Além disso, a Feira de Artes Manuais Indígenas será realizada, onde artesãs e artesãos dos povos Bororo, Guarani, Huni Kuin, Pataxó, Fulni-ô, Guajajara, e Terena, entre outros, exibirão uma variedade de artefatos tradicionais. O evento ocorrerá entre 9h e 18h na área externa do MCI, proporcionando a oportunidade de promoção e incentivo às práticas socioprodutivas e econômicas dos povos indígenas.

Calendário de Atividades

Encontro virtual – Dia da Abolição da Escravidão Indígena (01/04)
Data: 01/04/2025, das 15h às 16h30.
Disponível no YouTube do MCI.

Encontro com educadores – dos objetos aos saberes
Data: 05/04/2025, das 14h30 às 17h30.

Lançamento do single “Energia Positiva”, com CAYARÍ
Data: 10/04/2025, das 19h às 20h.

Oficina Huka-Huka – luta Mehinako
Data: 12/04/2025, das 10h às 12h no Parque da Água Branca: Av. Francisco Matarazzo, 455 – Água Branca.

Dia da Família no Museu – brincadeiras indígenas
Datas: 13 e 27/04/2025, das 10h às 12h; das 14h às 16h.

Oficina de bichinhos dos biomas
Datas: 13 e 27/04/2025, das 10h30 às 12h.

Lançamento do Manifesto em Defesa do Tombamento da Mata Atlântica
Data: 17/04/2025, das 10h às 12h.

Contação de Histórias MCI – lançamento do livro “O Segredo dos Artesãos da Amazônia”
Data: 26/04/2025, das 15h às 17h.

Feira de Artes Manuais Indígenas
Horário: das 9h às 18h.

Todas as atividades são gratuitas, com ingressos disponíveis para retirada pelo site do MCI.

Museu das Culturas Indígenas em São Paulo
Museu das Culturas Indígenas, situado na cidade de São Paulo. Foto: Maurício Burim/MCI

Informações Sobre o MCI

O Museu das Culturas Indígenas, localizado na capital paulista, é uma instituição ligada à Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari – Organização Social de Cultura, em colaboração com o Instituto Maracá e o Conselho Aty Mirim.

  • Endereço: Rua Dona Germaine Burchard, 451, Água Branca – São Paulo/SP
  • Telefone: (11) 3873-1541
  • E-mail: [email protected]
  • Site: www.museudasculturasindigenas.org.br

Fonte: Guia Região dos Lagos

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