O abrigo Casa Inês Etienne Romeu, localizado em Cabo Frio, foi alvo de vandalismo no último sábado. A ocupação, que acolhe mulheres em situação de violência, teve sua pintura destruída, apagando completamente a sinalização feita por uma muralista voluntária.
Segundo Pétala Cormann, coordenadora da ocupação, esse ataque não foi o único sofrido pela Casa Inês Etienne Romeu. Anteriormente, já haviam ocorrido queima de banners, corte dos fios de luz e danificação do cadeado de entrada. No entanto, a equipe não se deixará intimidar e continuará com seu trabalho.
Chantal Campello, outra coordenadora da ocupação, reforçou a determinação em seguir lutando pelos direitos das mulheres. Ela afirmou que os atos de vandalismo apenas fortalecem a vontade de transformar a vida e a realidade das mulheres, além de evidenciar a necessidade de legalizar o espaço e garantir a cessão de uso por parte da prefeitura.
Porém, um morador da localidade afirmou que a população local pintou o muro da ocupação por não apoiar a causa. Ele chamou o local de “invasão” e acusou o abrigo de ter feito um “gato de luz”. Os moradores estariam insatisfeitos com a ocupação e se preocupam com invasões ilegais.
Diante dos acontecimentos, representantes da ocupação foram até a procuradoria municipal e registraram um boletim de ocorrência. Os comentários do suposto morador serão utilizados como provas.
A ocupação convocou uma plenária com os apoiadores da causa para mostrar que continuarão lutando pela cessão de uso do espaço. Essa plenária ocorrerá na Avenida Julia Kubitschek, 126.
A prefeitura de Cabo Frio informou que o processo de cessão do espaço está em tramitação e negou ter realizado qualquer movimento de pintura, descaracterização ou desocupação do local.
A Casa Inês Etienne Romeu foi ocupada em novembro de 2023 como um ato de denúncia à violência contra a mulher. O objetivo do abrigo é ser uma referência para atender, acolher e organizar mulheres em situação de vulnerabilidade e vítimas de violência.
A ocupação é um importante espaço de acolhimento e proteção para mulheres que enfrentam situações de violência. É fundamental que a sociedade reconheça a importância dessas iniciativas e apoie a luta pelos direitos das mulheres. O vandalismo sofrido pela Casa Inês Etienne Romeu é um reflexo da resistência e enfrentamento que as mulheres ainda encontram para garantir sua segurança e seus direitos básicos.