Nova “biofábrica” de abelhas sem ferrão é inaugurada em BH

Belo Horizonte inaugura “biofábrica” de abelhas sem ferrão

Belo Horizonte inaugura “biofábrica” de abelhas sem ferrão
Por Prefeitura de Belo Horizonte

A Prefeitura de Belo Horizonte inaugurou o Meliponário Biofábrica, voltado à preservação de espécies de abelhas sem ferrão, nativas do Brasil e responsáveis pela polinização de mais de 90% da flora do país. Instalada no Parque das Mangabeiras, a “biofábrica” de abelhas vai contribuir com a educação ambiental, além de ensinar as pessoas a criarem essas espécies em casa, favorecendo a polinização de mais áreas verdes e hortas.

O Meliponário Biofábrica faz parte do projeto Poliniza BH, que tem como objetivos instalar meliponários móveis, construir jardins de polinização, realizar educação ambiental para preservação e conservação das colônias de abelhas sem ferrão na cidade e realizar a destinação correta de colônias de abelhas nativas em unidades de conservação, promovendo também a recuperação de áreas degradadas.

“Eu espero que nós possamos multiplicar essa experiência por muitas e muitas residências, muitos sítios, muitas fazendas, porque é importantíssimo para o meio ambiente a existência das abelhas”, afirmou o prefeito de BH Fuad Noman.

Segundo Thiago dos Santos, responsável técnico pelo Meliponário Biofábrica dentro da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a ideia de investir na construção e instalação de meliponários pela capital partiu da constatação de que eles podem ser uma ferramenta crucial para a sobrevivência dos ecossistemas.

“Quase 90% de todas as espécies selvagens de flores e outras plantas dependem totalmente, ou em parte, da polinização animal, ao lado de mais de 75% de todas as plantações de alimentos do mundo, além de 35% da terra agricultável do planeta. Diante desse cenário, vem a necessidade de se preservar e ensinar o porquê dessa importância para o cidadão”, explica dos Santos.

A disseminação de meliponários pela cidade contribuirá para a melhoria da produção das hortas comunitárias e pomares, além de conscientizar a população da necessidade de conhecer e preservar essas espécies.

A criação de abelhas sem ferrão oferece muitos benefícios para o meio ambiente e a sociedade em geral. Desde garantir a preservação das próprias espécies desses insetos, assim como permitir a reprodução de quase todas as espécies nativas de plantas do nosso país. Também possibilita a obtenção de um mel totalmente brasileiro e saudável, além de incrementar a produção agrícola em até 70%. Sem falar na utilização como atrativo turístico e até mesmo na produção de cosméticos.

“Inicialmente, os enxames serão mantidos com o objetivo de estimular sua reprodução e multiplicação. Na medida em que o aumento das colônias for significativo, haverá destinação para outros meliponários da capital”, explica Thiago dos Santos.

As espécies do Meliponário

Existem mais de 300 espécies de abelhas sem ferrão no Brasil. No Meliponário Biofábrica, são criadas sete espécies de abelhas sem ferrão: mirim-preguiça (Friesella schrottkyi), marmelada amarela (Frieseomelitta varia), moçinha-branca (Frieseomelitta doederleini), moçinha-preta (Frieseomelitta languida), mandaçaia (Melipona quadrifasciata), uruçu amarela (Melipona mondury) e jataí (Tetragonisca angustula). Elas atuam na polinização tanto da horta e dos jardins, quanto nas áreas florestadas do Parque das Mangabeiras.

Também no Parque das Mangabeiras já existe uma outra biofábrica, a de Joaninhas e Crisopídeos, insetos que podem combater, de forma natural, populações de organismos indesejáveis em hortas, jardins, pomares e arborizações.

Iscas-pet

Um dos atrativos para os visitantes do Meliponário Fábrica serão as oficinas, que os ensinarão a fazer as “iscas-pet”. Essas iscas são ferramentas para a captura natural de enxames de abelhas sem ferrão. Dessa forma, os participantes poderão criar os próprios enxames em casa. Desde que o entorno da residência tenha alguma área preservada ou parque bem arborizado, todos podem criar essas abelhas sem qualquer restrição de segurança. Afinal, são espécies que não representam riscos para a população.

Para participar das oficinas de “iscas-pet”, os interessados devem entrar em contato com a Biofábrica através do e-mail [email protected], agendando a participação. Nessa oficina, também será explicado sobre quais iscas devem ser fabricadas e quais as espécies são interessantes para se iniciar na meliponicultura.

Vanguarda

Apesar de projetos de meliponários existirem em outros estados do Brasil, Belo Horizonte está na vanguarda na questão do licenciamento ambiental municipal, que determina a destinação dos enxames de abelhas nativas registrados em áreas onde a supressão de árvores for autorizada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Eles deverão ser resgatados e enviados ao Meliponário Biofábrica, para recuperação dessas colônias, que serão posteriormente destinadas ao local que melhor atender à necessidade daquela espécie, como unidades de conservação, parques ou agro hortas.

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