Onze cidades brasileiras concentram um quarto das riquezas do país; saiba quais são
Um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que onze cidades brasileiras concentram um quarto das riquezas do país. Os resultados, divulgados recentemente, mostram uma maior distribuição do Produto Interno Bruto (PIB) em comparação a 2002, quando apenas quatro municípios detinham 25% da produção nacional de bens e serviços.
Essas onze cidades, que representam cerca de 16,6% da população brasileira, foram responsáveis por quase 25% de toda a produção nacional no ano passado. A cidade de São Paulo lidera a concentração, com uma participação de 9,2% na economia. Em seguida, estão Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Manaus, Curitiba, Osasco, Maricá-RJ, Porto Alegre, Guarulhos e Fortaleza.
Uma das surpresas do estudo foi o município de Maricá, no Rio de Janeiro, que teve o maior ganho de participação no PIB do país em 2021, com um aumento de 0,5 ponto percentual. Esse crescimento foi impulsionado pela extração de petróleo e gás na região.
O estudo também mostra que houve uma redução da centralização do PIB ao longo dos anos. Em 2002, apenas quatro municípios representavam cerca de um quarto da economia nacional. Já em 2021, esse número aumentou para onze cidades.
Além disso, o estudo revela que 87 municípios brasileiros representam metade do PIB do país, enquanto 1.306 cidades respondem por apenas 1% da produção de bens e serviços. A maioria dos municípios com menor participação na economia brasileira está nos estados do Piauí e da Paraíba. Esses dados confirmam a tendência histórica de redução relativa da importância econômica dos grandes centros urbanos.
Os resultados também mostram que São Paulo passou a responder por 15,4% do PIB brasileiro em 2021, enquanto o Rio de Janeiro teve um aumento de 0,4 ponto percentual na participação. Isso indica uma maior distribuição das riquezas brasileiras ao longo dos anos.
O analista de Contas Regionais do IBGE, Luiz Antonio de Sá, explica que os resultados refletem a recuperação econômica das cidades e regiões mais afetadas pela pandemia de COVID-19, que têm como atividade principal os serviços presenciais. No entanto, ele ressalta que, apesar do aumento nominal desses municípios, a participação deles no PIB ainda está abaixo dos níveis pré-pandemia.
Ao analisar a evolução da participação no PIB desde 2002, São Paulo e Rio de Janeiro registraram as maiores quedas, confirmando a tendência de desconcentração. A capital paulista perdeu 3,5 pontos percentuais de participação devido à redução relativa de atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados. Já o Rio de Janeiro teve uma queda de 2,3 pontos percentuais, devido à diminuição de seu peso nos serviços.
O estudo destaca também que as medidas restritivas de isolamento para conter a pandemia do novo coronavírus afetaram principalmente as localidades com maior quantidade de serviços presenciais ao longo de 2020.
Em suma, os resultados do estudo do IBGE mostram uma maior distribuição do PIB brasileiro ao longo dos anos, com onze cidades concentrando um quarto das riquezas do país. Essa descentralização é um reflexo da redução relativa da importância econômica dos grandes centros urbanos, impulsionada pela desconcentração das atividades financeiras e de serviços. No entanto, a recuperação econômica desses municípios ainda está abaixo dos níveis pré-pandemia, indicando a necessidade de medidas para impulsionar o crescimento e desenvolvimento econômico em todo o país.
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