por que os pequenos precisam de tempo livre sem atividades?

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A importância do tédio para o desenvolvimento infantil

Crianças se explorando na natureza
Foto: Ksenia Makagonova | Unsplash

Sentir tédio não é uma experiência agradável para ninguém, especialmente para as crianças, que possuem uma energia abundante e uma imaginação fértil. Durante as férias, essa sensação de tédio pode se tornar um desafio para os pais, que muitas vezes acreditam que todos os momentos devem ser preenchidos com atividades. No entanto, Deyse Campos, pedagoga e fundadora de uma escola, ressalta que os momentos em que a criança não está ocupada com tarefas ou dispositivos eletrônicos são oportunidades valiosas para o desenvolvimento cerebral.

Segundo Deyse, o cérebro infantil ativa a rede neural padrão quando não está sob pressão de estímulos. “Essa rede é essencial durante períodos de repouso mental, pois permite que as crianças reflitam sobre suas experiências passadas, imaginem cenários futuros e promovam o autoconhecimento”, afirma.

Crianças interagindo na natureza
Foto: Melissa Askew | Unsplash

Além disso, momentos de inatividade estimulam a criatividade. Sem a constante pressão de estímulos exteriores, as crianças se veem desafiadas a encontrar maneiras de se divertir por conta própria, o que promove a criação de histórias, jogos e soluções para problemas diários. “A falta de atividades programadas incentiva o cérebro a explorar novas alternativas, fortalecendo conexões neurais ligadas ao pensamento criativo”, acrescenta Deyse.

Outro ponto relevante é que o tédio contribui para o desenvolvimento de habilidades emocionais e sociais. À medida que enfrentam a sensação de não saber o que fazer, as crianças aprendem a suportar pequenos desconfortos e a buscar alternativas para preencher o tempo, tornando-se mais resilientes e autônomas. “Esses momentos são essenciais para o crescimento emocional, pois possibilitam que as crianças processem suas emoções e aprendam a lidar com elas”, assegura a pedagoga.

A relevância do ócio na infância

Os períodos sem atividades oferecem ao cérebro infantil o tempo necessário para recuperação. Assim como o corpo demanda descanso após esforço físico intenso, o cérebro das crianças também precisa de pausas para evitar a fadiga e aprimorar a concentração em atividades futuras. Portanto, diferentemente do que se pensa comumente, manter as crianças sempre ativas em tarefas estruturadas pode restringir sua capacidade de explorar o mundo e criar soluções originais para os desafios cotidianos.

Crianças brincando ao ar livre
Foto: Markus Spiske | Unsplash

“É comum que muitos pais demonstrem preocupação com a falta de atividades para seus filhos, mas é crucial compreender que permitir momentos de ócio também é uma forma de cuidado”, alerta Deyse. Estudos indicam que a superabundância de atividades planejadas pode resultar em fadiga mental e exaustão emocional nas crianças, já que o tempo destinado à tranquilidade e à introspecção é frequentemente ignorado.

“Oferecer liberdade para que a criança vivencie momentos sem atividades não é um sinal de abandono, mas sim uma oportunidade para que ela experimente sua liberdade criativa e estabeleça uma conexão com seu próprio ser”, complementa a especialista.

Nas instituições de ensino, é possível promover o ócio criativo por meio da estruturação de espaços e momentos não direcionados. Criar “cantos de imaginação” ou áreas abertas onde as crianças possam explorar matérias diversificadas sem um objetivo pré-definido estimula a colaboração e o desenvolvimento de soluções criativas em conjunto.

Criança observando a natureza
Foto: David Clode | Unsplash

Na Interpares, por exemplo, uma das abordagens adotadas consiste em observar como cada criança se comporta ao longo do dia, direcionando-as para atividades pedagógicas em momentos de maior disposição e interesse, além de proporcionar liberdade para o ócio em intervalos. Deyse enfatiza que essa abordagem promove um aprendizado mais natural e interativo, valorizando a autonomia e o protagonismo das crianças. “Conceder espaço ao tédio é permitir que a imaginação voe”, conclui.

Fonte: Guia Região dos Lagos

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