Cabo Frio: Tartarugas marinhas em risco de extinção encalham nas praias

Tartarugas marinhas de espécies ameaçadas de extinção encalham em praias de Cabo Frio e Búzios — RC24H

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Duas tartarugas marinhas ameaçadas encontradas nas praias do Brasil

Recentemente, duas tartarugas marinhas, ameaçadas de extinção, foram encontradas encalhadas nas praias do Peró, localizadas em , e em Manguinhos, em Búzios. As espécies resgatadas foram uma tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) e uma tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta). Embora os animais estivessem vivos, apresentavam evidentes sinais de que foram afetados por atividades pesqueiras.

A equipe do Projeto de Monitoramento de Praias, que é gerido pelo Instituto Albatroz na Região dos Lagos, realizou o resgate dos animais e os encaminhou para o Centro de Reabilitação e Despetrolização (CRD) da instituição, situado em Araruama, no estado do Rio de Janeiro. Uma vez lá, os cuidados necessários foram iniciados de imediato. Ambas as tartarugas foram diagnosticadas com pneumonia secundária causada pela aspiração de água, e estão sob a vigilância dedicada de veterinárias e tratadores especializados, passando por um processo de estabilização. Felizmente, já começam a mostrar sinais de recuperação.

Incidentes como este são recorrentes nos esforços de resgate de animais marinhos, que frequentemente se envolvem em interações prejudiciais com a pesca, sendo capturados de maneira acidental. Durante as atividades pesqueiras, materiais como linhas, anzóis e redes são lançados ao mar, que podem ser confundidos com alimentos, levando os animais marinhos a ingerirem tais itens. Essa interação é conhecida como captura incidental e tem se tornado uma preocupação significativa.

A médica veterinária Gabriela Bezerra comenta: “Esses eventos são um triste lembrete dos impactos diretos da pesca sobre a vida marinha. A situação atual dessas tartarugas ressalta a urgência de práticas pesqueiras responsáveis e regulamentadas.” Amostras foram coletadas para exames hematológicos, que visam avaliar de forma mais precisa o estado de saúde dos animais e proporcionar dados que possam impulsionar futuras iniciativas de conservação.

No Brasil, a tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) é facilmente reconhecida por seu tamanho grande e cabeça volumosa, alimentando-se predominantemente de moluscos, crustáceos e peixes, utilizando sua mandíbula robusta para quebrar as carapaças de suas presas. Esta espécie é frequentemente avistada nas águas costeiras do Brasil, onde realiza seu ciclo de vida, abrangendo desde a nidificação até o crescimento dos filhotes.

A tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), que também frequenta as águas brasileiras, possui uma cabeça estreita e seu bico afilado é perfeito para se alimentar entre rochas e recifes. Sua alimentação é bastante específica, contando principalmente com esponjas marinhas. A beleza dos padrões de sua carapaça a torna alvo de comércio ilegal, utilizada na produção de joias e outros ornamentos. Além disso, essa espécie enfrenta ameaças em relação à perda de habitat de nidificação e à captura acidental em atividades pesqueiras.

Ambas as espécies têm papéis ecológicos fundamentais nos ecossistemas marinhos, contribuindo para a manutenção da saúde dos habitats e funcionando como indicadores da qualidade ambiental das águas. No entanto, elas enfrentam desafios severos desencadeados pela atividade humana, incluindo a captura acidental, poluição marinha e alterações em seus habitats naturais. Portanto, é de extrema importância que os esforços de conservação sejam intensificados de forma contínua para proteger estas espécies essenciais.

O Instituto Albatroz, atuando na Região dos Lagos desde 2014, inaugurou recentemente um Centro de Visitação em e iniciou a execução do Projeto de Monitoramento de Praias (PMP) da Petrobras, abrangendo as localidades de Cabo Frio, Búzios e parte de Arraial do Cabo, totalizando 25 praias ao longo de 54 km de litoral. O trabalho de monitoramento é feito diariamente a pé e com o auxílio de quadriciclos por técnicos e monitores. A comunidade é incentivada a contatar as equipes de monitoramento caso avistem um animal marinho vivo ou morto nas praias, através do telefone 0800 991 4800.

Após a realização dos resgates, aves e tartarugas marinhas encontradas em estado vivo são encaminhadas diretamente para o CRD para cuidados adequados. Os animais que são encontrados mortos também vão para o CRD, onde são realizados procedimentos de necropsia para identificar a causa do óbito, sempre que possível.

O Projeto de Monitoramento de Praias (PMP) foi desenvolvido como uma exigência do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras, referentes à produção e escoamento de petróleo e gás natural. A implementação do PMP-BC/ES é uma condição essencial do licenciamento ambiental federal, supervisionado pelo Ibama. Para acionar a equipe de monitoramento no litoral da Região dos Lagos, o contato deve ser feito através do telefone 0800 991 4800.

Fonte da Notícia: Guia Região dos Lagos

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Bruno Rodrigo Souza

Bruno é Fundador e Editor no Guia Região dos Lagos

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