MuBE abre mostra sobre a arqueologia da Amazônia

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Exposição “Mupotyra: Arqueologia Amazônica” Inaugurada no MuBE

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Foto: Divulgação

No último sábado (26), o Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia (MuBE) deu início à sua mais nova exposição, intitulada “Mupotyra: Arqueologia Amazônica”. Esta mostra combina elementos de arqueologia, arte e conservação ambiental, fundamentada em pesquisas que destacam a contribuição dos povos indígenas ancestrais na formação da Floresta Amazônica. A proposta central da exposição é instigar um debate sobre a ocupação da Amazônia e as consequências da exploração desenfreada dos recursos naturais em nome do progresso. O termo “Mupotyra”, que em Nheengatu significa “florescer”, encapsula a essência da mostra, que busca revisitar o passado para incentivar uma reflexão acerca da construção de um futuro sustentável.

A presidente do MuBE, Flavia Velloso, expressou a relevância desta exposição. “Como Museu de Ecologia, o MuBE acredita que é fundamental abordar questões ambientais, tendo a Amazônia como foco principal. Esta exibição é também uma contribuição do MuBE para a preparação da COP de 2025, que ocorrerá em Belém”, enfatizou.

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Foto: Italo Cristovão | MuBE

A mostra inclui a coleção inédita de Ricardo Cardim, que explora a propaganda do projeto desenvolvimentista durante a ditadura militar, caracterizada por uma intensa política de exploração. A apresentação convida todos a refletirem sobre os caminhos que nos levaram à crise ambiental atual.

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Foto: Italo Cristovão | MuBE

A exibição também traz uma parte significativa da coleção do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, considerada uma das mais importantes coleções de arqueologia e etnologia da Amazônia no mundo. Os artefatos expostos revelam o conhecimento profundo e a resistência dos povos indígenas no Brasil.

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Foto: Italo Cristovão | MuBE

A exposição se destaca ao apresentar acessórios como coroas, cocares, cestas, vestimentas e cerâmicas, que permitem um olhar sobre o passado e suas lições para o futuro. Este conteúdo demonstra práticas milenares que favoreceram a biodiversidade na região amazônica. Destacam-se vestígios de complexas redes de caminhos e grandes aglomerações humanas, com datações que remontam a 2.500 anos e são feitas de materiais orgânicos, como palha e madeira. Além disso, há registros de um sistema inovador de construção com aterros artificiais, permitindo a ocupação estável das áreas alagadas, como na Ilha do Marajó (PA).

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Foto: Italo Cristovão | MuBE

A exposição conta com curadoria de Marcelo Rosenbaum, que junto aos objetos arqueológicos e etnográficos, apresenta obras contemporâneas de artistas que dialogam e provocam reflexões sobre o material histórico. A participação de artistas indígenas é especialmente significativa, pois eles fomentam um questionamento sobre a arte indígena no atual contexto, não apenas como uma forma de expressão artística, mas como formas de resistência que se conectam com as suas raízes.

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Foto: Italo Cristovão | MuBE

Durante a mostra, é destacada a importância das pesquisas arqueológicas, especialmente no que se refere ao papel dos povos indígenas na gestão das terras e sua contribuição para a diversidade ambiental. Exemplos incluem a prática ancestral de plantio de diferentes espécies de árvores ao longo de trilhas e nas áreas de cultivo. A exposição também apresenta um projeto de Thiago Guarani que visa, por meio do conhecimento indígena, recriar as paisagens que hoje compõem a floresta amazônica.

MuBE abre mostra sobre a arqueologia da Amazônia
Foto: Italo Cristovão | MuBE

A entrada para a exposição é gratuita e as visitas podem ser realizadas até o início de 2025. O MuBE também oferece programas educativos, visitas guiadas e atividades especiais em seus ateliês, que estão abertos durante os finais de semana.

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Gustavo Caboco. | Foto Julia Thompson

Os artistas que participam da exposição incluem: Yaka Huni Kui, Uýra, Thiago Guarani, Tainá Marajoara, Rita Huni Kuin, Pedro David, Keyla Palikur, Jaider Esbell, Gustavo Caboco, Gê Viana, Frederico Filippi, Elisa Bracher, Denilson Baniwa, Lilly Baniwa, Coletivo Artistas Pelo Clima, Cassio Vasconcellos e Maurício de Paiva.

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Gustavo Caboco. | Foto Sérgio Guerini

Informações sobre a exposição “Mupotyra: Arqueologia Amazônica”

  • Período de exibição: De 26/10/2024 até 09/03/2025
  • Local: Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia (MuBE)
  • Endereço: Rua Alemanha 221, Jardim Europa, São Paulo-SP (de terça a domingo)
  • Segunda local: Av. Europa 218, Jardim Europa, São Paulo-SP (de quarta a domingo)
  • Horário de funcionamento: 11h às 18h, com última entrada permitida às 17h30
  • Valor da entrada: Gratuita
Mupotyra
Mupotyra: Arqueologia Amazônica. | Foto: Divulgação
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Foto: Italo Cristovão | MuBE
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