Cultivo sustentável é assunto de mostra em São Paulo

Uma instalação móvel está promovendo um diálogo entre as tradições e as inovações no setor alimentício. Trata-se da exposição “Raízes da Gastronomia”, que pode ser visitada na Biblioteca Thales Castanho de Andrade, localizada no bairro Freguesia do Ó, na zona norte de São Paulo, até o dia 31 de outubro.

A mostra destaca a rica história e a cultura das comunidades indígenas e sua conexão com as práticas de agricultura regenerativa que são consideradas essenciais no combate à crise climática. Abaixo, estão alguns dos destaques que fazem parte desta exposição:

A produção de café em propriedades sustentáveis de Minas Gerais tem como objetivo aumentar a conscientização e o conhecimento em torno do tema, utilizando uma seleção precisa de imagens, documentários e artefatos que retratam a trajetória do café desde o cultivo até a mesa.

A comunidade Tuyuka, situada na região amazônica, é uma das protagonistas da exposição devido à sua relevância na cidade de São Gabriel da Cachoeira, onde fornece alimentos para as escolas locais e atende uma parte da população.

Outro destaque é a Guima Café, uma empresa localizada em Varjão de Minas, dentro do Cerrado Mineiro, que se destaca por suas práticas de agricultura regenerativa, devidamente certificadas pela Regenagri, uma instituição britânica focada em cafeicultura sustentável.

O responsável pela ideia inicial da “Raízes da Gastronomia”, Fabiano Moreira, comenta que no início o foco estava voltado para a gastronomia brasileira. “Quando apresentamos o projeto aos patrocinadores (Lei Rouanet), percebemos a oportunidade de centrar a pesquisa na gastronomia indígena, descobrindo assim a agricultura regenerativa. Esta descoberta nos levou a conectar as antigas práticas de cultivo indígena com os métodos contemporâneos de regeneração do solo”, explica ele.

Uma Experiência Itinerante e Enriquecedora

A instalação está organizada em três corredores temáticos: Passado Ancestral, Amazônia e Cerrado, demonstrando como as práticas agrícolas dos indígenas contribuem para a preservação da floresta. Os visitantes poderão aprender sobre o cultivo de diversos alimentos, como mandioca, banana, abacaxi, cupuaçu, açaí, cará e maracujá do mato, cultivados pela comunidade Tuyuka. Além disso, poderão admirar a produção de café da fazenda Guima, que integra a mata nativa em seu espaço, possuindo bolsões para armazenamento e distribuição de água. A exposição foi minuciosamente planejada para evidenciar como a união de agricultura e floresta pode resultar em um ecossistema saudável e produtivo.