Maricá: Candidato do PL à prefeitura é acusado pelo MPE de constranger candidatas do partido

Fábio de Azevedo Barbosa, Candidato a Prefeito de Maricá, Denunciado por Constrangimento a Candidatas do PL

No dia 24 de outubro, a 55ª Promotoria Eleitoral formalizou uma denúncia contra Fábio de Azevedo Barbosa, que concorre à Prefeitura de Maricá pelo Partido Liberal (PL). A acusação envolve atos de constrangimento e humilhação direcionados à sua candidata à vice, Luana Gouvea Leite Defaveri, e à candidata a vereadora Ingrid Menendes. O Ministério Público Eleitoral (MPE) alegou que Fábio fez uso de discriminação e desrespeito, considerando a condição de mulher das duas candidatas. A denúncia foi encaminhada à 55ª Zona Eleitoral de Maricá, onde as ações serão analisadas.

De acordo com as informações contidas na acusação, o candidato proferiu insultos a sua vice em duas ocasiões distintas, ambas ocorrendo em 2 de setembro. No primeiro incidente, após ser questionado sobre a condução da campanha por Luana, Fábio a desqualificou de maneira depreciativa, sugerindo que, se ela não estivesse satisfeita, poderia deixar a chapa. Mesmo após se desculpar, ele voltou a insultá-la ao ser indagado sobre a ausência de sua imagem nos materiais de campanha, referindo-se a Luana como “fútil e vaidosa”. Ele ainda criticou seu comportamento, insinuando que ela não tratava nem a própria esposa com respeito e que não trataria “mulher de rua” de forma diferente.

Na continuação da denúncia, foi revelado que, uma semana após os eventos inicializados, Fábio compareceu ao comitê do PL de Maricá durante uma reunião que envolvia as candidatas do partido. O candidato havia afirmado que sua presença estava condicionada à ausência de Ingrid Menendes. Durante o encontro, ao ser interpelado por Ingrid, ele ignorou a candidata, o que causou constrangimento e humilhação para ela frente aos demais membros do partido presentes na reunião.

A denúncia apresentada à Justiça foi acompanhada de evidências significativas, incluindo um vídeo referente à reunião em questão, um áudio em que Fábio menospreza e desqualifica as integrantes femininas do partido, depoimentos coletados pelo MPE e capturas de tela de conversas por aplicativo.

Segundo um dos trechos do documento da denúncia, “o candidato demonstra um claro desprezo pelas mulheres do partido, subestimando seu papel na política, constrangendo-as e humilhando-as, criando um ambiente que dificulta sua participação na campanha eleitoral. Ele age de maneira a exercer violência psicológica e emocional, se utilizando de falas agressivas, do chamado ‘tratamento de silêncio' ou, até mesmo, dirigindo a violência a objetos, situações que têm causado desconforto e desestabilização às candidatas, comprometendo o exercício de seus direitos políticos”.

Se for reconhecido culpado por reiteradas ofensas, especificamente sob o artigo 326-B do Código Eleitoral, Fábio poderá enfrentar penas que variam entre três a doze anos de prisão, caso as sanções máximas sejam aplicadas, além de ter que arcar com multas por danos morais causados às referidas candidatas.

Em resposta às alegações, o candidato divulgou uma nota através de sua defesa, reafirmando seu compromisso com a verdade e respeito às mulheres, enfatizando que sua atuação se baseia na defesa dos direitos humanos e combate a qualquer forma de opressão ou discriminação.

Os desdobramentos desse caso revelam um panorama preocupante sobre o ambiente político de Maricá, onde questões relacionadas ao respeito e à igualdade de gênero se mostram, mais uma vez, temas centrais que devem ser discutidos profundamente não apenas dentro das instituições, mas também entre a sociedade civil.