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O cenário no Pantanal é alarmante, uma vez que a região enfrenta um episódio de seca e incêndios sem precedentes. Estudos sobre as causas estão em andamento, e a expectativa é de que haja punições para os responsáveis por essa tragédia ambiental. No entanto, a extensão dos danos ainda não pode ser mensurada, e organizações presentes na área que atuam em prol da preservação precisam urgentemente de apoio financeiro para continuar suas atividades, que incluem o combate ao fogo e o resgate de fauna afetada.
Uma das organizações que se destacam no trabalho de proteção ao Pantanal é o Onçafari. Desde 2011, essa ONG se dedica ao monitoramento da fauna, à pesquisa científica e ao incentivo ao ecoturismo responsável na região. Infelizmente, os incêndios atingiram as quatro bases operacionais da entidade, danificando equipamentos de monitoramento e instalações dedicadas à reintrodução de espécies silvestres.
Com o intuito de enfrentar essa crise e reconstruir o que foi destruído pelos incêndios, o Onçafari lançou a campanha “Recupera Pantanal”. O objetivo é arrecadar R$ 2,5 milhões para implementar ações emergenciais contra os incêndios, o que inclui a manutenção das equipes de combate ao fogo, a construção de poços de água, a suplementação alimentar, a aquisição de novos equipamentos e os cuidados veterinários para os animais que sobreviveram aos desastres.
Os interessados em ajudar podem fazer suas doações pelo site www.recuperapantanal.com.br ou utilizar o Pix Onçafari: 24.030.384/0001-53. Para doadores de outros países, a opção é acessar oncafari.colabore.org/pantanalrecovery/single_step, onde é possível realizar o pagamento via cartão de crédito. Cidadãos estadunidenses que desejam contribuir com dedução fiscal podem efetuar doações pelo site www.brazilfoundation.org/en/oncafari.
“O objetivo da campanha ‘Recupera Pantanal’ é aumentar as doações provenientes de empresas, já que atualmente a maior parte dos recursos que recebemos vem de doações individuais. Com a necessidade de mais fundos para reconstruir as bases afetadas pelos incêndios e cuidar dos animais, é crucial ampliar a captação de recursos através de doações”, explica Mario Haberfeld, fundador e CEO do Onçafari.
De janeiro a julho de 2024, aproximadamente 2,6 milhões de hectares foram consumidos pelo fogo no Pantanal, afetando inclusive reservas sob responsabilidade do Onçafari. Um exemplo disso é a Reserva Santa Sofia, onde em apenas sete dias, mais de 65% da área foi devastada, totalizando cerca de 35 mil hectares.
Resgate de Animais
No dia 4 de agosto, enquanto transportava uma onça-pintada sem ferimentos, a equipe do Onçafari encontrou uma anta filhote, com apenas seis meses, que havia se refugiado em uma área úmida após o fogo devastar os arredores. A equipe aguardou cerca de duas horas para assegurar que o animal estava sozinho antes de proceder com o resgate. Ao se aproximarem, perceberam que a anta estava desidratada e com as patas lesionadas. Batizada de Melancia, a anta está recebendo diversos tratamentos, incluindo um transplante de pele de tilápia, que auxilia na recuperação dos ferimentos.
Outro caso relatado é o de Itapira, uma onça-pintada monitorada pelo Onçafari desde seu nascimento, há um ano e meio. Ela é filhote de Isa, que também é acompanhada pela ONG. Itapira foi encontrada durante uma busca após um incêndio, apresentando comportamento irregular e quase sem reagir. Após várias tentativas de estimular o movimento, a equipe qualificada precisou sedá-la para transportá-la até a base do Onçafari para avaliação. Itapira apresentava queimaduras de segundo grau em todas as patas, além de desidratação, anemia e sinais de infecção, sem se alimentar há cinco dias. Com tratamentos especializados para queimaduras, a onça respondeu bem e sua recuperação avança de forma positiva, com expectativas de retorno ao Pantanal em boas condições de saúde.
#TragamÁguaParaoPantanal
A continuidade das espécies animais no Pantanal depende fundamentalmente da preservação dos ciclos naturais da água e do equilíbrio ecológico. Em vista dessa realidade, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Grupo de Resposta a Animais em Desastres (GRAD) colaboraram para elaborar um relatório detalhado sobre os impactos que os diferentes níveis de água têm nas bacias e cursos d’água ao longo da Transpantaneira, no Mato Grosso. O estudo incorpora métodos avaliativos observacionais para analisar a diversidade e a saúde dos animais no bioma.
“A mobilização da sociedade em favor do Pantanal é vital. Com isso em mente, lançamos a campanha #TragamÁguaParaoPantanal, que tem como propósito conscientizar o público sobre os efeitos devastadores das mudanças climáticas, secas e queimadas na fauna local. Além disso, a campanha busca promover ações concretas que ajudem a mitigar esses impactos e a proteger a biodiversidade, garantindo que as gerações futuras possam conhecer e admirar a riqueza natural do Pantanal”, declarou Carla Sássi, médica veterinária especializada em vida selvagem e presidente do GRAD.
O GRAD tem operado no Pantanal Norte, em Mato Grosso, desde 2020, realizando resgates, relocando animais e oferecendo suporte veterinário e alimentar aos sobreviventes. Desde então, a organização tem destacado a importância da conservação do Pantanal e o papel que cada um pode desempenhar nisso. A mobilização para a campanha #TragaMaisÁguaParaOPantanal convida todos a se unirem a esse esforço em prol da vida e da natureza.
Para contribuir com o GRAD, acesse AQUI ou faça uma doação via Pix para [email protected].
Apoio aos Brigadistas, a Linha de Frente Contra o Fogo
Duas instituições que atuam no Pantanal dispõem de brigadas constantemente engajadas no combate ao incêndio: o Instituto SOS Pantanal e o Instituto Homem Pantaneiro. Ambos realizam atividades durante todo o ano, envolvendo educação ambiental, manejo de áreas suscetíveis a queimadas, criação de aceiros e capacitação de novos brigadistas. Além disso, essas organizações mantêm um monitoramento contínuo do bioma.
O Instituto SOS Pantanal é dedicado à conservação da região, promovendo aprimoramentos nas políticas públicas, divulgando conhecimento e desenvolvendo projetos voltados ao uso sustentável do bioma. As transformações necessárias são fomentadas através de ciência e diálogo com diversos setores da sociedade civil e do setor público.
Por sua vez, o Instituto Homem Pantaneiro (IHP), fundado em 2002, é uma organização sem fins lucrativos que visa preservar o Pantanal e sua cultura. Entre suas iniciativas, destaca-se a gestão de áreas protegidas, o desenvolvimento de pesquisas e a promoção de diálogo entre diversos interessados na área.
As duas organizações desempenham um papel contínuo e essencial na prevenção de incêndios, proteção do Pantanal e resposta rápida a emergências. Durante os períodos críticos de incêndio, os brigadistas atuam intensamente, e é crucial obter apoio financeiro para garantir a continuidade das operações de combate ao fogo.
Contribuições ao SOS Pantanal podem ser feitas clicando AQUI.
Para colaborar com o Instituto Homem Pantaneiro, clique AQUI.
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