Documentário “O Contato” estreia nos cinemas do Brasil
Três grupos de personagens, indígenas moradores dos territórios no alto do Rio Negro, no Amazonas, contam a história da colonização da região, de pontos de vista particulares e envolventes que nos contam sobre os primeiros contatos entre indígenas e não indígenas até os dias de hoje. Este é o enredo do documentário “O Contato”, que chega aos cinemas do Brasil no dia 15 de agosto.
Falado em quatro línguas indígenas, o longa-metragem é dirigido por Vicente Ferraz e produzido por Juliana de Carvalho. O filme foi rodado na região de São Gabriel da Cachoeira e acompanha o cotidiano de famílias de diferentes etnias: os Yanomami, os Arapaso, os Baniwa e os Hupda.
“O Contato” esteve na Mostra Ecofalante de Cinema 2024, em São Paulo, e, no ano passado, teve sua première mundial durante a Mostra Competitiva do Festival É Tudo Verdade. Em 2023, foi exibido no Festival Internacional do Novo Cine Latino-Americano, em Havana, Cuba. A distribuição do longa é da Pipa Pictures.
Na quinta-feira, 15 de agosto, o filme estreia em São Paulo, Rio de Janeiro, Niterói, Brasília, Palmas, Porto Alegre, Recife, Belém, Ananindeua, Santarém e Salvador. De 22 a 28 de agosto, o documentário vai entrar em cartaz em Manaus e, de 29 a 04 de setembro, também estará em circuito em Caxias do Sul.
O longa terá uma sessão especial com debate para convidados no Cine Brasília hoje (14), um dia antes da estreia nos cinemas. Com a presença do diretor, da produtora e da antropóloga Beatriz Matos, viúva do indigenista Bruno Pereira, o evento homenageia Bruno e o jornalista britânico Dom Phillips. Os dois foram assassinados a tiros por um grupo de pescadores ilegais no Vale do Javari, no Amazonas, em junho de 2022.
“O Contato” foi feito para o público não indígena, com o objetivo de conscientizar sobre as consequências da invasão dos europeus colonizadores e a ganância do homem branco. O documentário busca mostrar as temáticas atemporais sobre o impacto do contato com o homem branco nos povos indígenas, como a perda da língua, da tradição, da identidade, além do extermínio de florestas e povos nativos, e a relação entre os diversos grupos étnicos e sua conexão com a terra.
As histórias dos indígenas são contadas sob o ponto de vista deles mesmos, levando o espectador a uma imersão na realidade do Alto Rio Negro e mostrando as consequências da colonização. As narrativas paralelas são conduzidas por personagens que percorrem cerca de três mil quilômetros pelo Rio Negro, buscando solucionar dramas pessoais.
São Gabriel da Cachoeira, município onde se passa o documentário, é conhecido por ser uma das regiões com maior diversidade étnica do Brasil, com 23 etnias e 18 idiomas nativos convivendo na mesma região.
Além de ser uma produção cinematográfica, “O Contato” também contribuiu com projetos concretos para os povos indígenas envolvidos no filme, como a reforma de um centro social, a construção de uma escola e o fornecimento de equipamentos de tecnologia para escolas e associações.
Não deixe de assistir ao documentário “O Contato” nos cinemas e conhecer mais sobre a realidade dos povos indígenas do Rio Negro.