A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou na quarta-feira (14) que a situação do mpox na África é uma emergência em saúde pública de importância internacional. A declaração foi feita devido ao risco de disseminação global e uma possível nova pandemia. Essa é a mais alta classificação de alerta da OMS.
Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, os surtos de mpox têm sido registrados na República Democrática do Congo há mais de uma década e têm aumentado nos últimos anos. Em 2024, já são mais de 14 mil casos e 524 mortes, números superiores aos registrados em 2023.
O CDC África, Centro de Controle e Prevenção de Doenças africano, também havia declarado a situação como uma emergência em saúde pública de segurança continental. A rápida transmissão da doença na África é preocupante, segundo o diretor-geral da entidade, Jean Kaseya.
A OMS ressaltou a importância de uma resposta internacional coordenada para conter os surtos e salvar vidas. Tedros Adhanom Ghebreyesus afirmou que uma emergência em saúde pública de importância internacional é o mais alto nível de alarme na legislação sanitária.
É importante destacar que a mpox é uma doença zoonótica viral, ou seja, transmitida entre animais e humanos. A principal forma de transmissão é o contato direto com pessoas infectadas pelo vírus, mas também pode ocorrer através do contato com materiais contaminados e animais silvestres infectados.
Os sintomas da mpox incluem erupções cutâneas, linfonodos inchados, febre, dores no corpo, dor de cabeça, calafrios e fraqueza. As lesões podem variar de algumas a milhares e podem se concentrar no rosto, nas mãos, nos pés e em outras partes do corpo. A doença geralmente evolui para quadros leves e moderados e pode durar de 2 a 4 semanas.
Para prevenir a mpox, é recomendado evitar o contato direto com pessoas infectadas e, caso seja necessário o contato, utilizar luvas, máscaras, avental e óculos de proteção. Após o contato, é importante lavar as mãos com água e sabão ou utilizar álcool em gel. Também é necessário lavar itens em que houve contato com as lesões da pele ou secreções respiratórias, limpar e desinfetar as superfícies contaminadas e descartar os resíduos de forma adequada.
No momento, não há um medicamento específico aprovado para o tratamento da mpox. O tratamento se baseia em medidas de suporte clínico para aliviar os sintomas, prevenir e tratar complicações e evitar sequelas.
A OMS já havia declarado a mpox como emergência em saúde pública de importância internacional em julho de 2022, durante o surto da doença em diversos países. Em maio de 2023, a declaração foi revogada, mas a organização alertou que a doença continuava apresentando desafios significativos que exigiam uma resposta robusta e sustentável.
É fundamental que os países mantenham sua capacidade de teste e seus esforços de prevenção e controle da mpox. A detecção e a rápida disseminação de uma nova variante do vírus na República Democrática do Congo e em países vizinhos são preocupantes e exigem uma ação coordenada em nível internacional.
A mpox é mais um desafio para a saúde global e reforça a importância de investir em pesquisas e medidas preventivas para doenças zoonóticas. A cooperação internacional é fundamental para evitar a propagação de doenças e proteger a saúde de todos os indivíduos.