Em um período de 38 anos, cerca de um quarto do território brasileiro, o equivalente a 199,1 milhões de hectares, foi atingido por incêndios. Essa é a conclusão da mais recente Coleção do MapBiomas Fogo, que revelou os impactos das queimadas no Brasil entre os anos de 1985 e 2023.
De acordo com os dados, mais de dois terços da área afetada por incêndios (68,4%) correspondem a vegetação nativa, enquanto aproximadamente um terço (31,6%) é composto por áreas antropizadas, como pastagens e agricultura.
Os estados mais afetados pelas queimadas são Mato Grosso, Pará e Maranhão, que juntos concentram quase metade (46%) da área queimada no país. Além disso, 60% de toda a área atingida pelos incêndios ocorreu em propriedades privadas.
A cada ano, uma média de 18,3 milhões de hectares, ou 2,2% do território brasileiro, são afetados pelo fogo. A estação seca, que vai de julho a outubro, concentra 79% das ocorrências de incêndios. Setembro é o mês que responde por um terço (33%) de toda a área queimada no país.
Outro destaque da pesquisa é a recorrência das queimadas. Cerca de 65% da área afetada pelo fogo foi queimada mais de uma vez nos últimos 39 anos, sendo que o Cerrado é o bioma com a maior quantidade de área queimada recorrente.
A Amazônia e o Cerrado são os biomas que concentram a maior parte da área queimada no país. Juntos, esses biomas correspondem a 86% da área queimada pelo menos uma vez no Brasil em 39 anos. No Cerrado, foram queimados 88,5 milhões de hectares, enquanto na Amazônia foram 82,7 milhões de hectares.
Apesar de ter números absolutos semelhantes de área queimada, esses biomas têm tamanhos diferentes. No Cerrado, a área queimada equivale a 44% de seu território, enquanto na Amazônia esse percentual foi de 19,6%.
As características do fogo também variam entre os biomas. Na Amazônia, o fogo é causado principalmente pelo desmatamento e práticas agrícolas, resultando em uma grande perda de biodiversidade. Já no Cerrado, o bioma é adaptado ao fogo, mas atualmente enfrenta mudanças em seu regime natural relacionadas à expansão agropecuária e uso indevido do fogo.
O Pantanal é o bioma que mais queimou proporcionalmente à sua área nos últimos 39 anos, com 9 milhões de hectares atingidos, equivalendo a 59,2% do bioma. As secas prolongadas são responsáveis por incêndios intensos nessa região, afetando significativamente a fauna e a flora local.
Além do Pantanal, outros biomas também foram afetados pelas queimadas. A Caatinga teve cerca de 11 milhões de hectares queimados, equivalente a 12,7% do bioma. Já na Mata Atlântica foram queimados aproximadamente 7,5 milhões de hectares, e no Pampa foram 518 mil hectares.
Os municípios de Corumbá (MS), São Felix do Xingú (PA) e Formosa do Rio Preto (BA) foram os que mais registraram queimadas entre 1985 e 2023.
Esses dados são de extrema importância para o poder público entender as tendências e os desafios relacionados às queimadas no Brasil, possibilitando a adoção de medidas mais eficientes de combate e prevenção. É fundamental a implementação de abordagens específicas para cada bioma, levando em consideração suas características e necessidades.
As imagens abaixo retratam a realidade das queimadas no Brasil:
– Imagem 1: [Inserir a primeira imagem fornecida na notícia original]
Legenda: Imagem da coluna de fogo avançando sobre floresta degradada em Porto Velho, Rondônia. Foto: Christian Braga | Greenpeace
– Imagem 2: [Inserir a segunda imagem fornecida na notícia original]
Legenda: Mapa mostrando a área queimada nos diferentes biomas do Brasil. Imagem: MapBiomas Fogo
– Imagem 3: [Inserir a terceira imagem fornecida na notícia original]
Legenda: Área queimada em Alter do Chão, na Amazônia. Foto: João Marcos Rosa | Nitro
– Imagem 4: [Inserir a quarta imagem fornecida na notícia original]
Legenda: Mapa mostrando a área queimada nos diferentes biomas do Brasil. Imagem: MapBiomas Fogo
– Imagem 5: [Inserir a quinta imagem fornecida na notícia original]
Legenda: Área queimada em diferentes biomas do Brasil. Foto: João Marcos Rosa | Nitro
Esses dados e imagens mostram a urgência de ações efetivas para o combate e prevenção de incêndios no Brasil. A preservação dos biomas e o controle das queimadas são fundamentais para a proteção da biodiversidade e do meio ambiente como um todo. A conscientização e o engajamento da sociedade também são essenciais nesse processo, pois todos têm um papel importante na preservação do nosso país.