A Prefeitura de Maricá informou que fez o quarto flagrante de imagens de uma onça-parda circulando no município. Desta vez, o animal foi registrado em uma área de mata a quatro quilômetros da sede do Refúgio de Vida Silvestre, no bairro Espraiado. O registro foi feito por meio de armadilhas fotográficas do programa de Monitoramento da Fauna Silvestre de Maricá (Mofama) da Secretaria Municipal de Cidade Sustentável.
Esse programa já capturou imagens de mais de 170 espécies de animais, entre mamíferos, aves e roedores, o que demonstra a importância dessa ação para a preservação da biodiversidade na região. A armadilha fotográfica é composta por um conjunto de sete câmeras ativadas por sensor de presença. Quando o animal passa na frente da câmera, o sensor dispara a foto ou vídeo.
A onça-parda avistada em Maricá já se tornou um ícone na cidade devido à sua impressionante presença e ao papel crucial que desempenha na dinâmica do ecossistema. A secretária de Cidade Sustentável, Andressa Bittencourt, destacou o sucesso do programa de monitoramento e sua importância como bioindicador da qualidade ambiental nas áreas de preservação.
Desde 2021, já foram registradas quatro onças-pardas circulando no município de Maricá. O primeiro registro foi feito em setembro de 2021 no Refúgio de Vida Silvestre. Em outubro de 2023, a prefeitura fez o segundo registro do felino na região. O terceiro registro aconteceu numa propriedade rural de Ponta Negra, entre os dias 6 e 7 de fevereiro deste ano. A espécie era considerada extinta há mais de um século na área litorânea.
O biólogo Izar Aximoff acredita que seja a mesma onça flagrada em Ponta Negra, mas só um colar com GPS permitiria ter certeza. Independentemente disso, a presença desses animais comprova a importância das áreas de preservação e refúgios para a conservação da biodiversidade.
Além das onças-pardas, a Prefeitura de Maricá também registrou a presença rara de um jaguarundi, também conhecido como gato-mourisco, no Refúgio de Vida Silvestre. Esse mamífero carnívoro da família dos felídeos foi flagrado pela primeira vez pelo programa de monitoramento em janeiro deste ano.
O Refúgio de Vida Silvestre de Maricá é uma área de nove mil hectares, maior que o município de Armação de Búzios e duas vezes maior que o Parque Nacional da Tijuca. É uma região de extrema importância para a preservação da fauna e flora, e o programa de monitoramento da fauna contribui para a avaliação da efetividade das áreas protegidas na conservação da biodiversidade.
Os dados obtidos por meio desse programa são utilizados em pesquisas sobre as áreas naturais protegidas da cidade e também auxiliam na avaliação das tendências populacionais das espécies. Mais de mil imagens estão sendo analisadas e serão incluídas no relatório de monitoramento, que já identificou a presença de diversos animais silvestres no município. Entre eles estão quatis, tamanduás, saguis, cachorros-do-mato, gambás, pica-paus, jacus, morcegos, lagartos, gatos-maracajá, esquilos, guaxinins, tatus, entre outros.
O programa de monitoramento da fauna de Maricá conta com o apoio do projeto Onças Urbanas, uma parceria entre o Instituto de Biologia da UFRJ e o BioParque do Rio de Janeiro. Além de monitorar a fauna, o projeto também realiza trabalhos de educação ambiental com a comunidade do entorno. As armadilhas fotográficas são fundamentais nessa pesquisa, e o acréscimo de mais câmeras ao programa em 2023 fortaleceu ainda mais os avanços na preservação da biodiversidade.
A presença da onça-parda e do gato-mourisco em Maricá é um sinal de que os esforços de preservação estão surtindo efeito e que a cidade se tornou um refúgio para essas espécies. Ações como essa são essenciais para garantir a conservação da biodiversidade e a harmonia entre o homem e a natureza.