Guia gratuito orienta gestores na implantação e gestão de parques naturalizados
Dois guias gratuitos foram lançados pelo Instituto Alana e pelo Instituto Semeia com o objetivo de fornecer orientações importantes para gestores públicos sobre a implantação de Parques Naturalizados e o fortalecimento das parcerias entre poder público, iniciativa privada e sociedade para aprimorar projetos de parques e unidades de conservação em todo o Brasil.
Os Parques Naturalizados são espaços construídos com elementos naturais, como troncos, água e pedras, para promover a interação das crianças e dos adolescentes com a natureza nos centros urbanos. Muitas cidades já implantaram esses espaços e seu sucesso se tornou a base para um guia inédito do Instituto Alana, disponível gratuitamente para outros municípios seguirem esses exemplos.
Experiências bem-sucedidas em cidades como Fortaleza, Sobral, Caruaru, Niterói, Mogi das Cruzes, São Paulo e Jundiaí mostram que é possível seguir essa prática e implantar novas áreas verdes, mais saudáveis e baratas. Além de beneficiar crianças e suas famílias, os parques naturalizados também ajudam na adaptação das cidades à crise climática, pois aumentam a cobertura vegetal e a área de solo permeável, colaborando para prevenir enchentes e regular as temperaturas.
Um dos guias, desenvolvido pelo Instituto Alana, traz informações técnicas sobre como implantar e avaliar parques naturalizados, além de oferecer tabelas descritivas com mobiliário e estruturas naturais e um modelo de placa de sinalização. O outro guia, lançado pelo Instituto Semeia, aborda a importância da participação da sociedade na gestão de parques e oferece informações sobre como estabelecer canais de comunicação participativa e diálogos com os diferentes atores envolvidos.
A construção colaborativa de políticas públicas é um dos aspectos destacados no guia do Instituto Semeia, que enfatiza a importância de parcerias equilibradas entre sociedade, poder público e parceiros privados. O material apresenta ações e ferramentas que podem ser utilizadas ao longo de todo o ciclo das parcerias, desde a pré-avaliação até a gestão contratual.
Um exemplo prático do envolvimento da comunidade e da importância da escuta dos atores locais aconteceu no processo de lançamento do edital de concessão do Parque Nacional de Jericoacoara, no Ceará. Após a revogação do edital, um novo foi reformulado com a influência e interação construtiva entre o governo do Ceará e a população local. A participação ativa da comunidade contribuiu para a legitimidade e relevância das decisões governamentais no desenvolvimento sustentável e na gestão de áreas naturais.
Além de promover o direito à qualidade ambiental nos centros urbanos, os parques naturalizados também têm transformado práticas pedagógicas em cidades como Fortaleza. Todas as unidades de educação infantil estão sendo olhadas de um jeito novo, e os pátios dos centros de educação infantil serão completamente transformados, proporcionando um resgate da infância e um aprendizado mais livre e criativo para as crianças.
Esses guias são importantes instrumentos para gestores públicos que desejam implementar e melhorar parques e áreas de conservação em suas cidades. A participação da sociedade e a criação de espaços verdes são essenciais para promover o desenvolvimento integral das crianças, colaborar com a saúde física e mental delas e contribuir para a adaptação das cidades às mudanças climáticas. O acesso gratuito a esses guias é uma ótima oportunidade para que mais gestores possam se inspirar e implementar projetos que beneficiem a população e o meio ambiente.
