Melhor qualidade de sono com visual para natureza

janela natureza

Vista para a natureza melhora a qualidade do sono, aponta estudo

Olhar para uma árvore, uma floresta, lagos ou para o mar pode trazer uma sensação de paz e relaxamento. Isso não é novidade. Mas, cientistas mostraram que a vista para a natureza melhora não só no nosso bem-estar quando estamos acordados, mas influencia na qualidade do nosso sono.

É o que aponta um estudo global realizado em 18 países, com mais de 16 mil pessoas, publicado na revista Environmental Research. Cientistas descobriram que as pessoas que têm a vista de uma rua verde ou de espaços com água dormem melhor e por mais tempo. O estudo analisou seis tipos diferentes de exposição da natureza ao que é considerado sono insuficiente – menos de seis horas por noite.

Os seis tipos de exposição à natureza considerados no estudo incluíram vegetação urbana, vistas do espaço azul (com água na paisagem) a partir de casa, espaço verde a um quilômetro da casa, costa a um quilômetro da casa, visitas a espaços verdes e visitas a espaços azuis.

Os pesquisadores não identificaram uma relação clara entre espaços verdes ou costa a um quilômetro de distância com efeitos significativos no sono insuficiente, mas descobriram que a áreas verdes urbanas e os espaços azuis visíveis, bem como as visitas a espaços verdes e azuis, estavam associados a menos casos deste problema.

Em um comunicado, a Dra. Leanne Martin, professora e pesquisadora de pós-doutorado no Centro Europeu de Pesquisa da Universidade de Exeter em Meio Ambiente e Saúde Humana, explicou que as pessoas que viviam em ruas mais verdes relataram melhor saúde mental, o que foi o fator determinante para uma melhor noite de sono.

“Já existem iniciativas para tornar as paisagens urbanas mais verdes, para enfrentar riscos ambientais como inundações e efeitos de ilhas de calor, mas as nossas descobertas sugerem que os decisores políticos devem estender isso às áreas residenciais para apoiar a saúde pública, promovendo hábitos de sono mais saudáveis”, afirma a Dra. Martin, que é a principal autora do estudo.

A pesquisa revelou que, no total, apenas 17% das pessoas que tinham vegetação nas ruas tiveram sono insuficiente, enquanto 22% das pessoas sem vegetação nas ruas não dormiram bem.

Dr. Mathew White, co-autor do estudo e cientista do HUB de Ciências Cognitivas da Universidade de Viena, compara esta diferença de 5% à existente entre pessoas que conseguem se sustentar e aquelas que vivem sob constante tensão financeira. “Com as preocupações financeiras amplamente reconhecidas como um importante determinante do sono, o estudo demonstra que o verde das ruas deve ser reconhecido pelos governos como um importante problema de saúde pública”, afirma o pesquisador.

A investigação complementa os estudos existentes sobre os benefícios dos espaços verdes, incluindo que as pessoas que vivem em bairros com mais espaços verdes tendem a ter melhor saúde mental e que viver perto de espaços verdes pode melhorar o funcionamento cognitivo. Mas os autores observaram algumas limitações no estudo, incluindo como outros fatores como a poluição do ar, a poluição sonora e luminosa podem afetar o sono.

Além disso, é importante observar a desigualdade no acesso a esses espaços em todo o mundo. Regiões mais ricas tendem a ter mais áreas verdes. Na Europa, por exemplo, espaços verdes são geralmente menos acessíveis nas comunidades com rendimentos menores. Em Buenos Aires, capital da Argentina, a área verde de áreas densamente povoadas é de cerca de 0,2 metros quadrados de por pessoa em áreas densamente povoadas, enquanto que as áreas de alta renda da cidade têm cerca de 22,9 metros quadrados de espaços verdes por pessoa. Os autores do estudo incluíram fatores como o rendimento atual e a densidade populacional como variáveis ​​de controle.

Com os resultados, os autores esperam que as iniciativas para incorporar mais vegetação em áreas urbanas incluam não só a necessidade de reduzir o efeito das ilhas de calor e os riscos de inundações, mas também o impacto do verde na saúde mental e no sono dos residentes.

“Se mais evidências puderem corroborar estas associações, a melhoria na criação e manutenção de espaços residenciais azuis e verdes pode oferecer uma estratégia viável para melhorar o bem-estar mental e promover um sono mais saudável para a população”, concluiu o estudo. “Além disso, intervenções mais direcionadas baseadas na natureza podem ser uma estratégia apropriada para ajudar as pessoas mais afetadas pelo sono insuficiente”.

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