Carnaval sustentável: ações nos sambódromos e bloquinhos
A alegria que o carnaval traz é inegável. Mas a festa também tem um impacto ambiental enorme. E para diminuir a pegada ambiental da folia, algumas ações estão sendo adotadas nos sambódromos e por bloquinhos que querem fazer a sua parte. Quem for curtir o carnaval também precisa fazer a sua parte – basta conferir as 9 dicas para um carnaval mais sustentável, diretamente dos catadores e catadoras do Pimp My Carroça.
Os responsáveis pela festa também estão contribuindo. No Rio de Janeiro, 140 mil ecocopos reutilizáveis serão distribuídos ao público do Sambódromo nos seis dias de desfiles pela Águas do Rio. Com a iniciativa, 2,3 toneladas de lixo plástico deixarão de ser produzidas ao final da folia. Além disso, a concessionária terá pontos de hidratação em todos os setores da Sapucaí.
Ao todo, quando forem somadas as ações realizadas nesses três anos, os copos ecológicos deixarão de gerar 6,3 toneladas de resíduos no carnaval carioca. A conta é simples: considerando que o ecocopo será usado aproximadamente cinco vezes, as 140 mil unidades distribuídas pela Águas do Rio neste 2024 vão eliminar 700 mil descartáveis.
Para incentivar o reuso e promover ainda mais o consumo consciente, a concessionária, em parceria com a Meu Copo Eco, empresa pioneira na produção de copos reutilizáveis, preparou uma ação especial: o folião que levar seu ecocopo da Águas do Rio dos Carnavais anteriores (2022 e 2023) até os estandes da Praça de Alimentação (Setor 2) ou do Setor 9, ganhará de brinde um cordão porta-copo personalizado. A dica é levar o mais cedo possível, já que o estoque é limitado.
“Saco de lixo feito com plástico retirado dos oceanos”
No Sambódromo de São Paulo, sacos de lixo produzidos com plástico retirado dos oceanos serão doados pela Embalixo para a coleta de resíduos durante os desfiles. A empresa usou uma tecnologia de ponta para transformar plásticos retirados do mar em sacos de lixo ultra resistentes da Linha Oceano. No total, R$ 50 mil em sacos plásticos serão entregues para atender toda a demanda de coleta de resíduos no Sambódromo.
“Compense a pegada de carbono do seu carnaval”
Uma novidade para este ano veio com a Liga Amigos dos Zé Pereira, formada por nove blocos, entre eles o bloco Vagalume O Verde, do Rio de Janeiro, que este ano está implementando uma grande ação de conscientização ambiental. Por meio da parceria com a startup Eccaplan, os foliões poderão acessar um QR Code que direcionará para a calculadora de emissões de CO2, possibilitando que cada pessoa compre créditos e compense a sua pegada de carbono.
O bloco carnavalesco carioca vai realizar a neutralização de todo o bloco por meio de uma medição das emissões de gases poluentes dos trios elétricos, sendo considerado um Bloco Neutro em carbono. O desfile será em 13 de fevereiro, a partir das 8h, na rua Jardim Botânico, esquina com Pacheco Leão, no Jardim Botânico, zona sul do Rio.
Ao acessar o QR Code, que estará visível no caminhão do bloco, os participantes serão direcionados para um site exclusivo e poderão calcular o trajeto do seu deslocamento até o evento, seja por qualquer meio de transporte, obter um número referente à emissão de CO2 gerada e o valor para compensar por meio da compra do crédito de carbono via pix.
“Bloquinhos mais sustentáveis”
Além das escolas de samba, o carnaval de rua com seus bloquinhos sempre animados também faz parte da festa – e do impacto ambiental do carnaval. No domingo, dia 4 de fevereiro, o Acadêmicos do Baixo Augusta, precursor e, também, o maior bloco de carnaval de São Paulo, atraiu uma multidão de 1 milhão de foliões no desfile que celebrou seus 15 anos, com o tema Resiste Amor em SP.
Mais de 700 profissionais trabalharam no desfile, atuando na orquestra e na banda, prestando segurança ou na função de cordeiros e bombeiros. Também teve colaboração de profissionais de limpeza, carregadores, motoristas, além de produtores e do pessoal da produção geral e credenciamento, assim como a equipe do bar e os responsáveis pelas ambulâncias.
Por meio do Projeto Utopia, plataforma permanente dedicada a ações para gerar conteúdo e impulsionar a economia criativa e a sustentabilidade nas cidades brasileiras, foi possível compensar a neutralização total da emissão de carbono, tanto durante os ensaios como no desfile do Acadêmico do Baixo Augusta, considerando, além de combustíveis, outras fontes, como a geração de resíduos e o deslocamento dos foliões até o bloco. Ao todo foram emitidas 182,99 toneladas de gás carbônico, e compensadas 183,0, por meio do cancelamento voluntário de créditos de carbono, que serão investidos no Projeto Envira Amazônia.