80% das espécies de tubarões e raias comercializadas no Brasil enfrentam risco de extinção.

raia arraia

Notícia reescrita:

80% das espécies de tubarões e raias vendidas no Brasil estão ameaçadas de extinção

O comércio nacional de tubarões e raias no Brasil está colocando em risco a vida dessas espécies marinhas, de acordo com um estudo publicado por pesquisadores de instituições brasileiras e estrangeiras na revista científica “Biological Conservation”. Os pesquisadores utilizaram ferramentas de DNA para identificar 64 das 203 espécies presentes no Brasil, sendo que 83% delas estão ameaçadas de extinção.

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Foto: Raimond Klavins | Unsplash

O estudo revela que as espécies mais comercializadas são aquelas classificadas como ameaçadas pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Essa constatação ressalta a urgente necessidade de adotar medidas de conservação para proteger esses animais e evitar sua extinção.

raias violas
Raias violas vendidas no Ceasa do Rio de Janeiro. Foto: Marcela Alvarenga

A pesquisa analisou os dados de detecção molecular de 36 espécies de tubarões e 28 espécies de raias comercializadas no Brasil, utilizando técnicas estabelecidas de análise de DNA e novas metodologias desenvolvidas para a detecção rápida de espécies pescadas. A maioria dos estudos foi realizada nos estados do Pará, São Paulo e Santa Catarina, havendo escassez de pesquisas provenientes da região Nordeste.

Segundo a pesquisadora Marcela Alvarenga, uma das autoras do artigo, o aumento do consumo global de carne de tubarão torna crucial a identificação molecular das espécies ameaçadas como ferramenta para avaliar a pressão sobre elas. Ela ressalta que o comércio de peixes em filés ou postas dificulta a identificação exata da espécie consumida, especialmente devido ao rótulo genérico de “cação” aplicado a todas as espécies de tubarões e raias. A identificação molecular por meio do DNA é essencial para verificar a autenticidade dos peixes comercializados.

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Foto: Rui por Pixabay

O estudo também destaca desafios na identificação molecular, como a falta de recursos distribuídos de forma equitativa ao longo da costa brasileira e a escassez de bancos de dados moleculares para espécies do litoral. Futuras pesquisas devem contribuir para o acúmulo de dados genéticos, especialmente das raias, que são menos estudadas do que os tubarões.

O artigo ressalta a necessidade de legislações mais robustas para aprimorar o manejo e a rotulagem dos pescados. Além disso, enfatiza a importância do monitoramento rigoroso das atividades de pesca e comercialização, bem como da colaboração entre governo, pesquisadores e partes interessadas, como forma de proteger os tubarões e raias no Brasil.

A conservação dessas espécies marinhas é essencial para a preservação do ecossistema marinho e o equilíbrio dos oceanos. Ações para reduzir o comércio ilegal e promover a pesca sustentável são fundamentais para garantir um futuro saudável tanto para os tubarões e raias quanto para as comunidades que dependem desses recursos naturais.

Fonte:

Guia Região dos Lagos

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