30 milhões de brasileiros afirmam adotar a dieta vegana ou vegetariana

veganos e vegetarianos

30 milhões de brasileiros se declaram veganos ou vegetarianos

No dia 20 de março é celebrado o Dia Mundial Sem Carne, uma data que nos lembra que existem muitas possibilidades e benefícios em uma dieta rica em ingredientes de origem vegetal. O marco teve início em 1985, com a ação de uma ONG e conquistou adesão global, convidando as pessoas a repensarem suas escolhas alimentares em prol do bem-estar animal e da saúde do planeta.

Cortar ou reduzir o consumo de carne traz uma série de benefícios para a saúde, como diminuição dos riscos de doenças cardiovasculares, do colesterol, melhora a microbiota intestinal, além de ajudar no controle de peso. Além disso, a escolha reduz o dano causado pela atividade humana no planeta: estudos científicos apontam que uma dieta vegana tem um impacto ambiental até 75% menor do que uma dieta onívora.

Muitas pessoas já estão repensando e mudando a sua forma de se alimentar. No Brasil, o número de pessoas adeptas ao veganismo e vegetarianismo vem crescendo. Segundo uma pesquisa recente do Ibope Inteligência, 14% da população, cerca de 30 milhões de brasileiros, já se considera vegetariana. Esse número representa um aumento notável de 75% em comparação com os dados de 2012, indicando uma mudança significativa nos hábitos alimentares do país.

Um levantamento do The Good Food Institute Brasil (GFI Brasil) indicou uma queda de 67% no consumo das carnes bovina, suína, de frango e de peixe caiu entre os brasileiros no último ano. O preço destes produtos teve um papel importante neste cenário, mas, segundo a pesquisa, mais da metade (52%) dos brasileiros reduziu o consumo de carne nos últimos 12 meses por escolha própria.

Além disso, praticamente dois em cada três consumidores (65%) consomem alguma alternativa vegetal (legumes, grãos, frutas) em substituição aos produtos de origem animal pelo menos uma vez por semana, enquanto no ano anterior esse percentual era de 59%.

Segundo a nutricionista Fernanda Larralde, especializada em Nutrição Esportiva, Saúde da Mulher e Fitoterapia, para quem opta por não comer mais carne, é fundamental saber escolher o melhor alimento para substituir e compor a necessidade nutricional diária. “As dúvidas sobre os alimentos que substituem a carne são frequentes, por isso, é extremamente necessário fazer avaliações clínicas regularmente. Através de exames é possível identificar a necessidade de suplementar e repor cada nutriente de maneira correta, mas é claro, alguns alimentos já são indicados de forma tabelada nas consultas, que podem complementar a alimentação de qualquer pessoa adepta da dieta mais variada”, informa a nutricionista.

No caso da carne, alimentos para substituí-la são fáceis de encontrar, mas quanto maior a variedade e qualidade no sabor, melhor será, e o desejo de consumir produtos de origem animal também será menor.

“É importante abrir o leque alimentar e investir em leguminosas, como a soja, a lentilha, a ervilha e o grão-de-bico, que são úteis na tarefa de ingerir proteínas. Além disso, é importante incluir cereais integrais, hortaliças, cogumelos, algas e, claro, gorduras saudáveis como a do azeite de oliva, sementes e oleaginosas. E para facilitar a absorção do ferro contido nos legumes, a recomendação é incluir na refeição uma fonte de vitamina C, que pode ser uma fruta cítrica como a laranja, o limão, a acerola e o morango”, finaliza a nutricionista, que é parceira da Bio Mundo, rede de lojas de produtos naturais e nutrição esportiva.

A riqueza das leguminosas

Luana Godinho, nutricionista do Supermercados Mundial, também afirma que feijões, lentilhas, grão-de-bico e ervilhas têm um papel muito importante em uma dieta vegana ou vegetariana. “As leguminosas são uma excelente fonte de proteína. Além disso, são ricas em fibras, vitaminas e minerais, como o ferro, essenciais para uma alimentação nutricionalmente adequada”, explica.

Além de serem ricos em proteínas, esses alimentos oferecem outros benefícios nutricionais, sendo fontes de fibras, vitaminas e minerais essenciais. Sua versatilidade na cozinha permite a criação de pratos deliciosos e nutritivos, tornando-as uma opção valiosa para substituir a carne.

As leguminosas oferecem um leque de possibilidades na cozinha, desde hambúrgueres de feijão preto até ensopados de lentilhas.

“Esse grupo de alimentos é muito famoso e presente no cardápio dos brasileiros diariamente. Quando possível, sempre combine com arroz, tornando esse prato uma fonte completa de proteínas. Por serem ricos em fibras, aumentam a saciedade e diminuem a absorção da glicose, sendo assim também recomendados para o tratamento de pessoas com diabetes. Quando consumidas junto com uma fonte de vitamina C, como um suco de laranja ou um tempero com limão, as leguminosas fornecem alto teor de ferro para o organismo, auxiliando também na prevenção e tratamento de anemias”, ensina Luana.

No Brasil, a quantidade de pessoas que se declaram veganas ou vegetarianas vem aumentando significativamente. Isso é reflexo de uma maior conscientização sobre os impactos da indústria da carne no planeta e na saúde humana. Além disso, a diversidade de alimentos de origem vegetal disponíveis atualmente torna mais fácil e saborosa a adoção de uma dieta sem carne. Ao escolher substitutos nutritivos, como leguminosas, cereais integrais e gorduras saudáveis, é possível garantir uma alimentação equilibrada e satisfatória, ao mesmo tempo em que contribui para a preservação do meio ambiente.

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