2,4 bilhões de pessoas passam por noites perigosamente quentes

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Aumento das Temperaturas Noturnas em Função das Mudanças Climáticas

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Foto: Unsplash

As mudanças climáticas estão gerando um aumento preocupante nas temperaturas durante a noite em diversas regiões do mundo, incluindo várias cidades brasileiras. Um estudo recente da Climate Central aponta que aproximadamente 2,4 bilhões de pessoas passam por pelo menos duas semanas extras de noites em que as temperaturas mínimas superam os 25 °C anualmente, em decorrência da mudança climática. No Brasil, os estados mais afetados por esse fenômeno são Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Mato Grosso do Sul e Paraíba.

Com um número crescente de noites com temperaturas elevadas, especialistas em saúde estão emitindo avisos sobre uma possível epidemia de privação de sono relacionada ao clima, além de um aumento na incidência de doenças agudas e crônicas, bem como problemas de saúde mental. O relatório revela que as temperaturas noturnas estão se elevando a uma taxa mais rápida do que as diurnas, à medida que o mundo aquece devido à queima de combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás, e à desflorestação.

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As emissões de gases de efeito estufa retêm o calor do sol, contribuindo para o aquecimento global. Foto: © Brasil2 | Getty Images Signature.

O estudo também revelou que noites com temperaturas acima de 25 °C, 20 °C ou mesmo 18 °C podem ter um impacto negativo significativo na qualidade do sono e na saúde das pessoas. De acordo com pesquisas, o risco de mortalidade em noites quentes é 50% maior em comparação com noites mais amenas. A Climate Central investigou de que maneira as atividades humanas que provocam as mudanças climáticas aumentaram a frequência dessas noites quentes e quantas pessoas têm sido afetadas anualmente, entre 2014 e 2023. Entre os principais achados, destacam-se:

  • Cerca de 2,4 bilhões de pessoas experimentaram anualmente, pelo menos, duas semanas a mais com noites quentes acima de 25 °C;
  • Mais de 1,3 bilhão de indivíduos vivenciaram pelo menos duas semanas anuais com temperaturas noturnas superando os 20 °C por causa das alterações climáticas;

Situação no Brasil

Em uma análise de 994 cidades pelo mundo, 30 delas enfrentaram pelo menos um mês adicional, em decorrência das mudanças climáticas, com temperaturas noturnas superiores a 18 °C no verão. No Brasil, a média nacional de noites adicionais acima de 25 °C foi de três a mais, devido às consequências das mudanças climáticas.

Várias cidades de grande porte estão lidando com um aumento ainda mais significativo na quantidade de noites quentes, chegando a semanas ou meses com temperaturas noturnas que excedem os 25 °C. Exemplos incluem Maceió (AL), que registrou 67 noites, Salvador (BA) com 66 noites, Fortaleza (CE) com 61 noites e Natal (RN) com 60 noites. Rio de Janeiro (RJ) e João Pessoa (PB) também enfrentaram um mês extra de noites com temperaturas elevadas.

2023 mais quente
Termômetro indica 40 graus na Avenida 9 de Julho, centro de São Paulo, em 12 de novembro de 2023. Foto: Rovena Rosa | Agência Brasil

Outras cidades, como Santos (SP), Recife (PE) e Belém (PA), também vivenciaram um acréscimo de duas semanas a um mês em noites quentes, ao passo que São Gonçalo (RJ), Teresina (PI) e Manaus (AM) reportaram 12 noites adicionais com temperaturas superiores a 25 °C.

Os estados mais afetados por noites extras acima de 20 °C são: Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Paraná, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Roraima e Rio de Janeiro. Os registros apontam uma média de oito noites adicionais com temperaturas acima de 20 °C, com dados que mostram 48 noites em Goiânia (GO), 17 em Porto Alegre (RS), 15 em São Paulo (SP), além de 13 noites em Campo Grande (MS) e Guarulhos (SP), 11 em Foz do Iguaçu (PR), 9 em Belo Horizonte (MG) e São Bernardo do Campo (SP), 6 em Curitiba (PR), e 4 no Rio de Janeiro (RJ).

Consequências para a Saúde

Pesquisadores alertam que as altas temperaturas durante a noite apresentam riscos significativos, pois dificultam que o corpo se resfrie e se recupere do calor acumulado durante o dia. Esses fatores elevam as chances de ocorrência de acidentes vasculares cerebrais, doenças cardiovasculares e mortalidade. Além disso, as noites quentes deterioram a qualidade e a duração do sono em diversas partes do mundo, gerando uma série de consequências negativas para a saúde física e mental, afetando também o desempenho cognitivo e o desenvolvimento cerebral em crianças.

Uma boa e longa noite de sono é crucial para a saúde e a longevidade. A falta de um sono adequado pode encurtar a expectativa de vida e aumentar o risco de acidentes e lesões. “Essa análise aponta para uma crise de saúde pública, com implicações fatais”, enfatizou uma especialista em saúde. “O aquecimento noturno está ocorrendo em um ritmo alarmante, e isso nos impede de nos recuperar do calor do dia e ter um sono reparador, ambos essenciais à saúde e ao bem-estar”, afirmou.

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Foto: Katya Austin | Unsplash

As noites quentes afetam desproporcionalmente os grupos mais vulneráveis, como crianças, idosos e gestantes. Os efeitos das altas temperaturas variam com base no contexto geográfico e a renda das populações, sendo que os indivíduos de baixa renda são os mais atingidos. Isso ocorre, em parte, devido às diferenças na qualidade das moradias e no acesso a técnicas de resfriamento, como o ar-condicionado. Nas áreas urbanas, os efeitos das noites quentes podem se intensificar devido aos efeitos de ilhas de calor, resultando em temperaturas consideravelmente mais altas em relação às áreas rurais circunjacentes.

Desafios Habitacionais

O estudo realiza uma análise sobre as temperaturas externas, e não internas, e constata que as condições nas edificações podem ser ainda mais rigorosas devido a fatores como a tipologia das moradias, que tendem a reter calor, má ventilação e isolamento térmico. O calor extremo à noite impacta de forma desproporcional aqueles que não possuem moradia fixa e os refugiados, que muitas vezes dormem em tendas ou construções que acumulam calor, agravando suas já precárias condições de vida.

água potável e refugiados
Foto: ACNUR/Roger Arnold

O estudo se baseia nas ondas de calor extremas que têm ocorrido globalmente, as quais se tornaram cada vez mais frequentes e severas devido às alterações climáticas, cujo principal responsável são os combustíveis fósseis. O mês de junho de 2024 foi o décimo terceiro consecutivo mais quente já documentado, com uma temperatura 1,6 °C acima dos níveis pré-industriais, após um período anterior de onze meses em que as temperaturas globais superaram em 1,5 °C os registros de 1850. Em julho, diversos recordes foram quebrados em uma única semana, estabelecendo o dia mais quente em mais de 120 mil anos.

“Com 2024 se encaminhando para ser o ano mais quente de todos, é fundamental cessar a queima de combustíveis fósseis como petróleo, carvão e gás, além de proteger nossas florestas, para impedir um aumento ainda maior nas temperaturas globais”, ressaltou Michelle Young, Pesquisadora Associada de Impactos Climáticos da Climate Central.

Fonte: Guia Região dos Lagos

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