1,6°C: novo recorde de temperatura mundial registra 2024

temperatura global
Temperatura global com gráfico do aumento das temperaturas
Foto: Elimende Inagella | Unsplash

De acordo com as informações mais recentes, o ano de 2024 entra para a história como o mais quente já registrado na superfície do planeta. A frase sobre a elevação das temperaturas tem sido repetida por anos: os últimos dez anos, de 2015 a 2024, estão entre os mais quentes já documentados. Especialistas na área alertam que, mesmo diante de alarmantes dados, ainda existem oportunidades para mudarmos essa trajetória climática.

A Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma entidade da ONU, anunciou na última sexta-feira (10) que 2024 foi oficialmente o ano mais quente, com base em análises de seis diferentes conjuntos de dados internacionais.

Análise gráfica das temperaturas globais
Imagem: OMM

Conforme relato do Serviço Copernicus para as Alterações Climáticas (C3S), a média global da temperatura durante 2024 aumentou em 1,6ºC se comparada aos níveis pré-industriais (1850-1900). Este ano também se mostrou 0,72°C acima da média observada entre 1991-2020. A avaliação consolidada da OMM revela que a temperatura média da superfície terrestre alcançou 1,55°C, com uma margem de incerteza de ± 0,13 °C. Esse dado indica que, pela primeira vez em um ano civil, as temperaturas médias globais ultrapassaram a marca de 1,5°C, limite estabelecido pelo Acordo de Paris em suas diretrizes climáticas.

A meta do Acordo de Paris em risco

Segundo informações do Copernicus, a ocorrência de um ou dois anos com temperaturas superiores a 1,5°C em relação ao nível pré-industrial não significa que os objetivos do Acordo de Paris foram desrespeitados. Entretanto, com a taxa atual de aquecimento superando a marca de 0,2°C por década, a possibilidade de ultrapassarmos o limite de 1,5°C até a década de 2030 torna-se cada vez mais perigosa.

António Guterres, Secretário-Geral da ONU, enfatiza: “A superação do limite de 1,5 graus em anos específicos não quer dizer que o compromisso para o longo prazo foi alcançado. Isso reflete a necessidade urgente de intensificar nossas ações climáticas em 2025.” Ele salienta que ainda acreditamos ter tempo para evitar as piores consequências da crise climática, mas destaca que as lideranças precisam agir de forma imediata.

Anomalias da temperatura do ar
Anomalias da temperatura do ar da superfície em 2024, em comparação com a média de 1991-2020. Dados de ERA5. | Fotografia: C3S/ECMWF.

A Secretária-Geral da OMM, Celeste Saulo, destaca que a superação de 1,5°C em um único ano “não indica que as metas de temperatura de longo prazo estabelecidas pelo Acordo de Paris não estão sendo cumpridas, já que essas metas são avaliadas ao longo de várias décadas”. Ela também ressalta que a última década foi marcada por recordes de temperatura, enfatizando a importância de reconhecer que mesmo pequenos aumentos na temperatura global têm impactos significativos na vida, nas economias e no nosso planeta.

Dados em contínua avaliação

De acordo com a OMM, a avaliação das temperaturas é baseada em diversas fontes de dados, de forma que existe uma margem de incerteza em todas as análises. “Todos os seis conjuntos de dados consideram 2024 como o ano mais quente já registrado e evidenciam a crescente taxa de aquecimento. Contudo, as metodologias diferentes podem levar a variações nos resultados da anomalia de temperatura”, explicam os pesquisadores.

Queimadas e mudanças climáticas
A emissão de gases de efeito estufa na atmosfera aprisiona o calor solar, contribuindo para o aquecimento global e as mudanças climáticas. O aquecimento do planeta está ocorrendo mais rapidamente do que em qualquer outro período registrado. Foto: © Brasil2 | Getty Images Signature.

Os dados utilizados para essa pesquisa foram fornecidos por diversas instituições, como o Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo (ECMWF), a Agência Meteorológica do Japão, NASA, a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA), o Met Office do Reino Unido, trabalhando em conjunto com a Unidade de Pesquisa Climática da Universidade de East Anglia (HadCRUT) e Berkeley Earth.

Informações detalhadas sobre os principais indicadores das mudanças climáticas, que abrangem gases de efeito estufa, temperaturas de superfície, calor dos oceanos, elevação do nível do mar, recuo de geleiras e extensão do gelo marinho deverão ser divulgadas em março de 2025, no relatório State of the Global Climate 2024 da OMM.


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Fonte: Guia Região dos Lagos

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