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Após um período de quatro anos oferecendo suporte no treinamento de agricultores, a organização Trees for the Future (TREES) anunciou a graduação de mais de 1.300 agricultores que participaram do seu transformador Programa de Jardins Florestais, reconhecido globalmente pelas Nações Unidas, na região de Homa Bay, no Quênia. A TREES é uma entidade internacional sem fins lucrativos que tem como objetivo capacitar agricultores em metodologias de agrofloresta sustentável, contribuindo significativamente para a mitigação da fome, a redução da pobreza e a diminuição do desmatamento.
Denominado como Programa de Jardins Florestais, este projeto inovador de agrofloresta busca capturar o dióxido de carbono presente na atmosfera por meio do aumento da biomassa das árvores e melhorias na capacidade de armazenamento de carbono do solo. A cerimônia de formatura representa a culminação de uma jornada extensa de treinamento, focada na implementação de práticas sustentáveis e no planejamento adequado do uso do solo.
Os agricultores que participaram do programa foram expostos a diversas técnicas agrícolas inovadoras, como compostagem, enxerto, rotação de culturas, cultivo de cobertura e manejo integrado de pragas. Além disso, o projeto promoveu o compartilhamento de conhecimentos e o aprendizado colaborativo, fortalecendo também iniciativas cooperativas entre os participantes.
No município de Homa Bay, mais de 15 mil pequenos agricultores foram diretamente envolvidos no desenvolvimento dos Jardins Florestais, que consistem em sistemas agroflorestais com múltiplas camadas de árvores, arbustos e culturas. Esse programa proporciona aos participantes a oportunidade de melhorar sua segurança alimentar e nutrição ao garantir um acesso sustentável a frutas e vegetais nutritivos, além de aumentar a renda por meio da elevação da produtividade das colheitas.
Benefícios da agrofloresta em foco
Durante a implementação do programa Jardins Florestais, os agricultores começaram a reverter os efeitos negativos do desmatamento e da degradação do solo. Esta abordagem, que combina técnicas de agricultura sustentável com formação sobre empreendedorismo, armou os agricultores com os conhecimentos e ferramentas necessárias para incrementar a segurança alimentar, obter rendas adicionais, e manter ecossistemas mais diversos e resilientes às variações climáticas.
Os primeiros resultados do projeto já se revelam promissores. Em uma análise bioacústica inicial, foram registradas mais de 100 espécies distintas de pássaros, anfíbios e insetos em 70 locais de amostragem dos Jardins Florestais, incluindo espécies ameaçadas, como o grou-coroado-cinzento. Este estudo corrobora a tese de que a transição dos agricultores da agricultura convencional para sistemas agroflorestais eleva a biodiversidade nas áreas cultivadas.
Momento de formatura
A cerimônia de graduação ocorreu em 14 de setembro de 2024 e contou com a presença de familiares dos agricultores, além de autoridades governamentais do Ministério do Meio Ambiente, Energia, Florestas e Mudanças Climáticas, representantes da Agência Nacional de Gestão Ambiental, comissários de condados e líderes comunitários, todos reunidos para celebrar esse importante acontecimento.
A diretora de Programas de Campo da Trees for the Future, Mercy Karunditu, afirmou: “Os 1.300 formandos demonstram que a agricultura sustentável é não apenas viável, mas também um caminho para alcançar a prosperidade.” Ela destacou que a determinação e o esforço dos agricultores, aliados ao suporte da Catona Climate, resultaram em melhorias significativas nas vidas e nas terras dos participantes. A Catona Climate é uma empresa envolvida em iniciativas de financiamento climático, que colabora com o projeto.
Os graduados estão agora preparados para avançar no caminho da agricultura sustentável. Muitos relatam um aumento significativo na produção de suas colheitas, melhoras na nutrição familiar e novas fontes de renda, como a venda de excedentes em mercados locais e a comercialização de sementes retornando ao programa, além de iniciar novos empreendimentos com o excedente de sua renda, impulsionando o crescimento econômico nas comunidades locais.
A agricultora Dorothy Onyango compartilhou sua experiência durante a cerimônia: “Quando cheguei, minha terra estava improdutiva, levando a baixas colheitas. Desde que participei, notei mudanças significativas no solo e na produção. O treinamento em compostagem que recebi melhorou a fertilidade e a umidade do meu solo, resultando em rendimentos muito melhores.” Ela acrescentou que, com os rendimentos provenientes da venda de sementes, conseguiu quitar as mensalidades escolares de dois de seus netos.
Entre os 1.303 agricultores que se formaram, 62% são mulheres e 25% são jovens. Juntos, restituíram 568 hectares de terra e plantaram mais de 4,7 milhões de árvores. O impacto dessas ações deve beneficiar aproximadamente 8.920 membros da comunidade local, que receberão ganhos diretos ou indiretos dos esforços do projeto.
Tate Mill, CEO da Catona Climate, destacou: “Ao adotar práticas de agrofloresta, esses agricultores estão não apenas aprimorando suas condições de vida, mas também contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas. Suas conquistas geram esperança, não apenas para suas comunidades, mas para o futuro do nosso planeta.”
A TREES planeja expandir seu Programa de Jardins Florestais em escala ainda maior no Quênia e outras regiões, com o objetivo de restaurar 229 mil hectares (sendo que mais de 41 mil hectares já foram recuperados) e gerar 230 mil empregos sustentáveis até 2030. A TREES e a Catona Climate têm a intenção de levar o projeto a novas localidades além do Quênia. O sucesso dos graduados em Homa Bay e a participação das autoridades presentes reforçam a relevância de parcerias entre comunidades locais, governos e organizações na luta contra a degradação da terra, a insegurança alimentar e as mudanças climáticas.
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