Origens primordiais das celebrações humanas?
Pesquisadores da Universidade de Exeter ainda não comentaram sobre as razões para o compartilhamento de comida fermentada, bem como se o consumo de álcool ocorreu de forma intencional. A ideia de que esse comportamento pode representar o estágio inicial da evolução das celebrações humanas foi levantada por cientistas. Hockings, especialista na área, destacou a importância de investigar se os chimpanzés buscam frutas com etanol deliberadamente e como elas são metabolizadas. Se confirmado, isso poderá indicar que a prática humana de festejar possui raízes profundas na história evolutiva.
Estudos sugerem que é improvável que os chimpanzés fiquem embriagados, já que essa condição não favorece a sobrevivência em um habitat que pode exigir a escalada em árvores ou a fuga de predadores noturnos. O coautor da pesquisa, Matthew Carrigan, do College of Central Florida, comentou que estar bêbado não seria vantajoso nessas circunstâncias. Ainda não se compreende totalmente o impacto do álcool no metabolismo dos chimpanzés, mas uma adaptação molecular descoberta recentemente, que aprimorou significativamente o processamento do etanol, aponta para antigas origens no consumo de frutas fermentadas entre várias espécies, incluindo humanos e chimpanzés.
Fortalecendo vínculos sociais
A compreensão de que o consumo de álcool em humanos estimula a liberação de dopamina e endorfinas, gerando sensações de felicidade e relaxamento, também é relevante. De acordo com Anna Bowland, principal autora do estudo da Universidade de Exeter, compartilhar bebidas alcoólicas no contexto de celebrações contribui para o fortalecimento dos laços sociais. Esse comportamento, presente até mesmo em chimpanzés, pode ter evoluído para promover coesão social nos grupos. O estudo oferece uma visão intrigante sobre como práticas contemporâneas de celebração podem ter origens mais antigas do que se imaginava, enraizadas nos hábitos ancestrais e na evolução social das espécies.