Maior parque solar do país promove biodiversidade na Hungria
Atualmente, os projetos de geração de energia solar ao redor do mundo têm adotado novas abordagens que beneficiam o meio ambiente, integrando estruturas que servem de proteção e abrigo para a fauna, especialmente polinizadores. Um exemplo inspirador é uma instalação solar na Hungria, que foi projetada para ser ecologicamente sustentável e já apresenta resultados positivos após o seu primeiro ano de operação.
Um estudo de biodiversidade realizado no Lumen Park Szolnok, o maior parque solar da Hungria com uma capacidade integrada de 138 megawatts, revelou um aumento significativo em várias espécies de plantas e aves. A iniciativa tem se mostrado bem-sucedida na promoção da diversidade biológica, com registros mostrando uma variedade maior de fauna e flora na região.
A instalação foi projetada para oferecer um ambiente acolhedor para diversas espécies, promovendo a renaturalização de um solo que havia sido intensamente utilizado para práticas agrícolas ao longo de várias décadas. De acordo com um relatório da SolServices, empresa responsável pela operação da usina, um aumento na diversidade de espécies foi verificado, com mudanças notáveis na quantidade de aves nidificantes e de outros animais que utilizam o espaço.
O impacto da energia solar na biodiversidade
Para desenvolver um parque solar que prioriza a natureza, equipes de especialistas implementaram uma cobertura vegetal que se adapta ao ecossistema local, necessitando de cuidados limitados e criando um ambiente favorável para diversas formas de vida, incluindo insetos, aves, pequenos mamíferos e roedores. Além disso, foram instaladas casas de pássaros para proporcionar abrigo a essas espécies.
Com essa mudança, o terreno, que anteriormente abrigava uma agricultura em larga escala, agora se transformou em um habitat quase natural. A pesquisa documentou o aparecimento de plantas raras na área, como o Sea Arrowgrass e o Saltmarsh Buttercup. A diversidade avifauna também cresceu desde a instalação dos painéis solares, criando um novo local de alimentação para os pássaros. Em 2023, foram registradas 23 espécies de aves e 697 indivíduos durante a pesquisa. Enquanto algumas espécies tradicionais, como a cotovia eurasiana e o trigueirão, observaram uma diminuição na nidificação, outras, como o faisão comum e a cotovia-de-crista, começaram a se estabelecer na região após a conclusão do projeto.
Além disso, foi observada uma explosão em números relacionados ao bútio-real e ao peneireiro-vulgar, com novas espécies, como o pisco-de-peito-azul, o picanço-cinzento-pequeno, o pipit-de-árvore e o pintarroxo-comum, sendo avistadas na região.
O estudo, como relatado pela pv magazine, também indicou que a alteração na fauna e flora de insetos no local foi mínima, mesmo que observadores tenham notado um crescimento geral na população de insetos desde a construção do parque.
A próxima fase deste projeto incluirá a instalação de painéis informativos e a organização de visitas para crianças e profissionais. Essa parte educacional já tinha sido mencionada durante a construção do parque solar. “Nos esforçamos para manter um diálogo constante e colaborativo com as comunidades locais. O Lumen Park Szolnok será uma plataforma que permitirá aos estudantes do ensino fundamental e médio compreenderem a tecnologia de geração de energia fotovoltaica, os fundamentos físicos e químicos que a sustentam e como a produção de eletricidade pode se harmonizar com a conservação ambiental”, destacou Gábor Farkas, diretor-geral da SolServices, em 2022.