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Trump ordena remover informações ambientais de sites do governo

EUA Acordo de Paris

A administração Trump aprofunda negação das mudanças climáticas ao remover conteúdos governamentais

A gestão do ex-presidente Donald Trump intensificou sua negativa quanto à existência e gravidade das mudanças climáticas, ao determinar a eliminação de informações pertinentes ao tema nos sites oficiais do governo dos Estados Unidos. Essa ordem, que tem um impacto direto na circulação de dados sobre a crise climática, gerou preocupações significativas entre especialistas e organizações ambientais.

O Departamento de Agricultura é um dos órgãos afetados por essa decisão, sendo obrigado a remover páginas essenciais, incluindo aquelas pertencentes ao Serviço Florestal dos EUA, que ofereciam ferramentas para a avaliação de vulnerabilidades diante de incêndios florestais. Ademais, dados relacionados ao Programa de Avaliação e Inventário de Gases de Efeito Estufa também foram eliminados, resultando em dificuldades no acesso a informações cruciais para pesquisas e políticas relacionadas ao meio ambiente.

Conforme destacado pela Environmental Data and Governance Initiative (EDGI), essa forma de censura prejudica a necessária transparência para que a sociedade se mantenha informada e atuante. Gretchen Gehrke, que ocupa o cargo de diretora na EDGI, ressaltou que a eliminação de dados ambientais compromete a capacidade de reação frente às mudanças climáticas e enfraquece os fundamentos da democracia.

Donald Trump assina decretos sobre mudanças climáticas na Casa Branca
Presidente Donald Trump assina decretos no seu gabinete da Casa Branca. | Foto: RS/Fotos Públicas

Esta não é a primeira vez que ações semelhantes são adotadas por Trump. Durante seu primeiro mandato, mais de 200 páginas de conteúdo sobre questões climáticas foram removidas. O escopo da remoção, no entanto, não se limita apenas a dados relacionados ao clima; temas como direitos LGBTQIA+ e saúde sexual também estão sendo afetados, evidenciando um padrão mais amplo de censura.

O impacto do negacionismo climático promovido por Trump não está restrito às fronteiras dos Estados Unidos. A decisão de withdrawal do Acordo de Paris levou representantes de nações como Indonésia e Nova Zelândia a reconsiderar suas filiações ao pacto, o que ameaça os esforços globais de combate ao aquecimento global. A nível doméstico, Trump também anunciou cortes significativos de US$ 4 bilhões no fundo climático da ONU, contribuindo para a diminuição da assistência governamental a iniciativas voltadas para a proteção do meio ambiente.

Apesar das tentativas de minar a discussão sobre a agenda climática no espaço público, especialistas afirmam que o setor privado e o terceiro setor continuam a fomentar mudanças estruturais. Pedro Plastino, um executivo com vasta experiência em negócios ambientais, enfatiza que a transição para uma realidade mais sustentável não depende exclusivamente das decisões governamentais. Ele menciona o crescimento do mercado de carbono no Brasil e as recentes aquisições de créditos de remoção por grandes corporações estadunidenses como exemplos do avanço necessário.

“Grandes empresas de tecnologia realizaram a maior compra de crédito de remoção da história. Isso demonstra que, embora as políticas públicas sejam relevantes, a transição climática não pode ser encarada como um jogo entre tudo ou nada. O setor privado e o terceiro setor continuam a impulsionar mudanças essenciais no tecido da sociedade,” conclui o executivo.

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Fonte: Guia Região dos Lagos

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